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Carla acusa petista de machismo e se cala após agressão de Morando

Deputada estadual se une à advogada Gabriela Manssur para processar Luiz Fernando, mas não citam tucano, que classificou mulher como ‘vaca’

Raphael Rocha
01/08/2023 | 07:00
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Divulgação


A deputada estadual Carla Morando (PSDB), de São Bernardo, e a advogada Gabriela Manssur, que lidera o movimento chamado Justiça de Saia, anunciaram que irão processar, por machismo e dano moral, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), que disse que a única grande obra do prefeito Orlando Morando (PSDB) foi ter eleito Carla, sua mulher, à Assembleia Legislativa. A dupla, porém, se calou diante da agressão do próprio Morando contra uma mulher, em entrevista em rede nacional, quando o chefe do Executivo a chamou de “vaca” e de “vagabunda”.

Um dia depois de o Diário relembrar episódios de destempero de Morando e resgatar a agressão verbal do tucano durante entrevista à BandNews TV, Carla convocou alguns jornais – excluiu o Diário da lista – para uma entrevista coletiva. Ao lado de Gabriela Manssur, Carla disse que irá entrar com representações em várias esferas jurídicas e legislativas, entre elas acionar o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa, argumentando que o petista a persegue desde o primeiro mandato.

O Diário teve acesso à íntegra da entrevista concedida por Carla e por Gabriela. Nenhuma questão a respeito das agressões de Morando foi feita à dupla, que também não tocou no assunto durante os quase 20 minutos de conversa com a imprensa. Uma jornalista, inclusive, usou seu tempo de questionamento para defender Carla. “Eu sei que você trabalha por todas as mulheres”, disse a profissional. A tucana agradeceu e elogiou a pergunta da jornalista.

A entrevista coletiva foi concedida 12 dias depois de a reportagem de Luiz Fernando ser publicada. Antes, apenas homens aliados de Carla tinham vindo a público para defender a tucana, como o presidente da executiva estadual do PSDB, Marco Vinholi, e o deputado federal e ex-vice-prefeito Marcelo Lima (PSB).

O Diário procurou Gabriela Manssur e a assessoria de Carla para questioná-las a respeito das agressões de Morando a uma mulher que participava de uma festa em meio à pandemia de Covid-19. Gabriela se calou sobre a agressão de Morando e afirmou ser “advogada da deputada Carla e minha atuação é na defesa dos direitos dela, que foi vítima de violência política de gênero”. Carla não retornou aos contatos até o fechamento desta edição.

Em 2021, durante entrevista à cadeia nacional de TV, Morando disse: “Tem que dar um tanque de roupa suja para essa vaca lavar”, agrediu o tucano, à ocasião. Na sequência, emenda: “Só uma correção: eu ia chamar a moça de vagabunda e citei o termo ‘vaca’. Não é isso. É vagabunda”. À época, Carla já era deputada estadual. Gabriela já liderava o projeto Justiça de Saia. Nenhuma das duas se manifestou publicamente no período.

Em nota, Luiz Fernando negou machismo. “Conforme já esclarecido anteriormente, que fique muito claro que em nenhum momento foi discutida a questão de gênero na entrevista concedida ao Diário, quando tão somente destaquei que o prefeito de São Bernardo abandonou a gestão da cidade para empenhar seus esforços na conquista de votos para sua candidata. Enquanto isso, o município sofria (e ainda sofre) com falta de programas e obras em áreas fundamentais como saúde, educação, habitação, segurança pública, cultura, esporte e tantas outras. Defendo e sempre defenderei a participação da mulher na política e em todos os setores da sociedade, bem como repudio qualquer ato de violência ou intolerância”, pontuou o petista. 




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