Executivo de futebol do Ramalhão, Marco Gama falou com exclusividade ao Diário sobre a eliminação precoce na competição nacional
ouça este conteúdo
|
readme
|
Marco Gama chegou ao Esporte Clube Santo André em outubro de 2022 com a missão de gerenciar o futebol e montar os elencos para as competições deste ano. No Campeonato Paulista, a campanha foi mediana. A equipe não conseguiu a classificação, mas também não correu risco de rebaixamento. Já na Série D do Campeonato Brasileiro, o clube não conseguiu avançar à segunda fase, terminando a competição em quinto lugar do seu grupo com cinco vitórias, cinco derrotas e quatro empates. O resultado foi frustrante e gerou uma série de protestos das principais torcidas do clube.
Ao Diário, o executivo de futebol revelou que o Santo André dispôs de baixo investimento para a competição, o que certamente refletiu no resultado em campo. Gama não quis revelar o valor mensal da folha salarial da equipe que disputou a competição nacional, mas garantiu que tinham poucos dígitos. “Bem abaixo dos R$ 100 mil”, disse, complementando que somente no grupo do Santo André, dois clubes superavam essas cifras em quatro vezes. “Portuguesa-RJ manteve seu elenco desde o campeonato estadual. O Athletic-MG é uma SAF (sigla para Sociedade Anônima de Futebol) que vem investindo pesado no clube. Não chegamos nem perto do que investem esses dois. Isso sem falar nos outros que também tinham condições melhores”, observou, também revelando que no Campeonato Paulista o Ramalhão estava entre as três piores folhas. “Mirassol, Ferroviária. Botafogo, por exemplo, estavam muito acima de nós”, destacou.
Com o trabalho muito questionado por torcedores devido ao desempenho do time no campeonato, o técnico Matheus Costa foi bancado até o fim pela diretoria, Marco Gama atacou a cultura de romper trabalhos pela metade. “Somos criticados quando não damos continuidade aos treinadores, agora somos criticados quando mantemos os treinadores. Das 14 rodadas ficamos 12 no G-4. Não tínhamos como dizer que o trabalho não era aceitável. Ou mudamos essa mentalidade ou viveremos de períodos sazonais a todo momento e ficaremos cada vez mais distantes do sucesso”, rebateu.
Marco Gama destacou que a missão, a partir de agora, é replanejar o futuro, mesmo sabendo das dificuldade que vai encontrar. “Nosso desafio é fazer muito com pouco. Temos que ter criatividade e assertividade. Claro que nem sempre é possível. Mas essa é a nossa receita, não tem outro jeito”, afirmou.
Sobre o apoio do empresariado ao time, Gama exalta aqueles que já estão juntos, mas acha que a cidade pode mais. “É só olharmos os nossos vizinhos São Bernardo FC e Água Santa. Tiveram e têm muito apoio, por isso conseguiram essa ascensão que pudemos ver. É só dinheiro? Claro que não! É necessário haver um equilíbrio entre investimento e gestão. O futebol está ficando cada vez mais caro, com altos salários, logística, alimentação e suplementação. Quanto mais apoio tivermos, melhores condições poderemos ofertar ao clube e aos atletas”, comentou.
BASE
A Copa Paulista, onde a equipe até o momento só somou um ponto em cinco rodadas, vem sendo disputada quase que integralmente pelos atletas do Sub-20. Dar rodagem à garotada e proporcionar uma formação com vivência de competição é uma das metas do clube. Por isso, destacou o executivo de futebol, houve a opção de disputar o torneio estadual com esse elenco. “É um processo de transição precoce, mas quem sabe, em breve, tenhamos alguns valores que possamos absorver no Campeonato Paulista ou até mesmo negociar bem”, concluiu Marco Gama, argumentando também é preciso atender o aspecto comercial do clube, como forma de diminuir a distância financeira que existe com outros clubes.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.