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Everardo Maciel deu novo ânimo à CPI, diz Genoíno
Do Diário do Grande ABC
21/05/1999 | 12:19
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O deputado federal José Genoíno (PT-SP) disse nesta sexta que o depoimento desta quinta do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, deu "um ânimo novo" à CPI do sistema financeiro. Segundo ele, os dados fornecidos por Everardo "que nao é um esquerdista" à CPI mostram que o país deixa de arrecadar 10% do seu PIB por sonegaçao, informalidades e leis que dao brecha a isso. Ele disse que nao é o assalariado e o autônomo que deixam de pagar, mas exatamente o setor mais rico, que está no topo da economia. Segundo Genoíno, outros dados levantados pela Câmara mostraram que das 100 maiores empresas que pagam a CPMF, metade nao declara imposto de renda.

Em seu discurso feito há pouco para construtores durante o 70º Encontro Nacional da Construçao (Enic), que se encerra nesta sexta em Porto Alegre, o deputado disse que o setor da construçao civil é obrigado a arcar com uma carga tributária pesada quando os bancos pagam "ninharia". "Tem setor da economia que nao quer ceder em nada para viabilizar o pais socialmente". Em relaçao a isso, o deputado disse que a oposiçao está defendendo a flexibilidade do sigilo bancário e fiscal no combate a sonegaçao e a idéia de Everardo Maciel de criar um imposto de solidariedade com a finalidade de enfrentar o apartheid social.

Ele lembrou que no pós-guerra a Europa adotou esse imposto para reconstruí-la e o imposto solidário é adequado para nós que vivemos uma guerra social nao declarada. Segundo ele, o número de mortes em Sao Paulo e no Rio de Janeiro nos finais de semana é maior do que na guerra da Iugoslávia.

De acordo com o deputado, a CPI está vivendo um dilema: ou avança ou vamos limitá-la a apenas a alguns casos. Segundo ele o fato de o ministro da Fazenda, Pedro Malan, nao depor na CPI é um sinal de controle da comissao. "O nao depoimento dele já foi um acordo para abafar a CPI." Para Genoíno, o depoimento de Malan era fundamental para a comissao a partir do momento que o seu subordinado, o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes, nao esclareceu a operaçao feita com os bancos Marka e Fonte Cindam. "A situaçao de Malan fica difícil. Se ele sabia da operaçao é um problema grave e se nao sabia nao era ministro de fato."




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