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Pesquisas estimulam Alex para 2024: ‘Serei candidato’

“Se fosse hoje, até pelos índices de pesquisa que nós temos, eu diria que serei candidato. Mas temos de aguardar o ano que vem para poder tomar a decisão”, admitiu o parlamentar em entrevista exclusiva ao Diário

Da Redação
27/06/2023 | 08:09
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André Henriques/DGABC


Deputado federal em terceiro mandato, Alex Manente (Cidadania) admitiu ontem, pela primeira vez publicamente, a possibilidade de se lançar à sucessão do prefeito Orlando Morando (PSDB) na Prefeitura de São Bernardo em 2024. “Se fosse hoje, até pelos índices de pesquisa que nós temos, eu diria que serei candidato. Mas temos de aguardar o ano que vem para poder tomar a decisão”, admitiu o parlamentar em entrevista exclusiva ao Diário. “É o morador que vai direcionar o nosso caminho”, completou. Colocando-se no mesmo espectro ideológico do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem disse ter afinidade pelo histórico de posicionamentos, o legislador conta com a reciprocidade do atual chefe do Executivo são-bernardense, a quem endossou apoio no pleito de 2020. “O que espero do prefeito Orlando Morando são os princípios que nortearam as minhas decisões no passado. Que ele tenha o princípio de responsabilidade, gratidão e respeito pela cidade.” Abaixo, os principais trechos.

Em que pé está a sua batalha contra os supersalários?

Aprovamos na legislatura passada na Câmara, por unanimidade, o relatório do nosso partido para estancar o supersalário que existe no poder público, com penduricalhos, com uma série de remunerações extra-salários, que acabam comprometendo e onerando os cofres públicos em R$ 9 bilhões por ano. Aguardamos no Senado a aprovação definitiva para poder estancar um problema que contamina a utilização do recurso público pelo Estado brasileiro. Estamos empenhados, cobrando o Senado para dar agilidade na votação. Fizemos todo o trâmite integrado a vários senadores no ano passado. Aguardávamos a aprovação na legislatura passada, mas infelizmente não ocorreu. Vamos pressionar para que o Senado faça o mais rápido possível.

E a questão do Marco do Saneamento, como anda?

Aprovamos o relatório de minha autoria que sustou os efeitos do decreto promulgado pelo presidente Lula, que era um retrocesso ao Marco do Saneamento aprovado no Congresso há três anos e que trouxe mais de R$ 50 bilhões para área em que o Brasil deixou metade dos moradores de fora. Conseguimos aprovar na Câmara, estamos aguardando o Senado e faremos a atualização adequada à realidade para poder fazer chegar o saneamento básico a toda a sociedade brasileira (até 2030).

Estamos caminhando para o segundo semestre, que a opinião pública entende como sendo o último de trabalho no Congresso antes das eleições municipais de 2024. Quais são suas prioridades?

Temos pautas importantes, como a reforma tributária, que está sendo debatida e pode comprometer as finanças de prefeituras e Estados e, principalmente, do setor de serviços. Qualquer reforma, na nossa avaliação, tem de ser otimização dos tributos e não supervalorização de determinados segmentos e setores. O Brasil é um País que tem carga tributária enorme, totalmente burocratizada e que compromete a eficiência e investimento no nosso País.

O sr. é pré-candidato a prefeito de São Bernardo em 2024?

É uma decisão importante. Precisamos ponderar vários requisitos. O primeiro é o seguinte: tenho responsabilidade com a cidade, que me deu todas as condições de exercer todos estes mandatos sempre com muita confiança eleitoral. Tenho respeito e gratidão ao morador de São Bernardo. Minha decisão sempre será baseada na vontade do morador de São Bernardo, assim como fiz há três anos, quando decidi não ser candidato para apoiar o Orlando Morando. Existia uma pandemia, existia uma série de desafios, a cidade estava bem governada, de acordo com os índices, e, por isso, tomamos aquela decisão. Sobre 2024, essa decisão será tomada no ano que vem, obviamente respeitando o eleitor de São Bernardo e não qualquer outro fator externo. Se fosse hoje, até pelos índices de pesquisa que nós temos, eu diria que serei candidato. Mas temos de aguardar o ano que vem para poder tomar a decisão.

Fora do pleito, o eleitor se manifesta por meio de pesquisas. E as mais recentes colocam o nome do sr. na dianteira. Logo, se o sr. diz que vai respeitar o eleitor, vai ser candidato...

Volto a dizer: respeitarei a vontade do eleitor. Ando nas ruas da cidade, converso com as pessoas, moro e vivo na cidade... Este diagnóstico é fundamental para tomar as decisões, assim como tomei nas eleições passadas. E a minha gratidão pela cidade que me deu oportunidade de hoje ser um deputado federal, líder da minha bancada, atuando pelo Brasil, devo a São Bernardo. Obviamente, respeitarei e tomarei a decisão de acordo com o que seja melhor para o morador da nossa cidade.

Como o sr. está aglutinando as forças políticas em torno de uma possível candidatura?

É óbvio que existem atores muito importantes na cidade. Nós precisamos ir conversando, montando diagnósticos e compreendendo o caminho a que o eleitor nos leva através destes atores. Temos figuras que participam e discutem conosco, mas volto a dizer: acho que, com a responsabilidade que tenho com o eleitor, neste ano tenho de cumprir a missão que mais uma vez ele me deu tornando-me o deputado federal mais votado da cidade. A melhor maneira de dignificar isso é fazendo um grande mandato na Câmara para que, no ano que vem, eu tenha a tranquilidade de tomar a melhor decisão em conjunto com esses atores, que são importantes para a cidade, mas especialmente com o morador. É o morador que vai direcionar o nosso caminho.

O sr. cita atores importantes da cidade. Um deles é o prefeito Orlando Morando, que o sr. apoiou na eleição passada. Caso seja candidato, espera reciprocidade em 2024?

O que espero do prefeito Orlando Morando são os princípios que nortearam as minhas decisões no passado e que nortearão minha decisão no ano que vem. Que ele tenha o princípio de responsabilidade com a cidade que ele governa, que tenha gratidão com a cidade que o conduziu ao posto mais alto e deu todo suporte durante a carreira política dele e que tenha respeito pela cidade. Se ele tiver esses princípios, é o que, como possível candidato, posso desejar do prefeito.

Outro agente importante das eleições de 2024 será o governador Tarcísio de Freitas. Qual deverá ser a participação dele em São Bernardo?

O Tarcísio é o governador de São Paulo com uma visão nacional, até pela formação e pelo Ministério que ocupou. (Infraestrutura, no governo de Jair Bolsonaro). Isso mudou um pouco a relação, inclusive, dos atores políticos com o processo do governo do Estado, o que é bom. Acho que ele tem muito mais condições de enxergar os desafios de cada região e é muito atento ao que acontece no Grande ABC. Acredito que ele também definirá no ano que vem a sua posição política, de maneira muito sensata. como tem demonstrado até agora. Com muita sensatez, muito equilíbrio e, principalmente, pensando no bem e no desenvolvimento da cidade.

O sr. se identifica com o espectro ideológico do governador?

Acho que aproxima. É uma construção. Os votos que tive e a intenção nas pesquisas devem-se ao meu histórico na cidade, dos 20 anos de atuação, desde a época do meu finado pai (Otávio Manente). Este caminho é exatamente o de uma posição mais de centro, centro-direita, um equilíbrio nas decisões, ponderado, sem extremismo. Parece ser muito similar com a maneira que o governador vem conduzindo a administração.

É provável que o sr. enfrente nas urnas uma oposição forte da esquerda. Como pretende lidar com isso?

É natural. No ano que vem vamos falar de eleição; enquanto isso, a minha missão é enxergar quais os desafios que têm a cidade. Isso é colaborativo, inclusive, para o meu mandato de deputado federal. É enxergar o potencial que tem São Bernardo. É uma grande cidade, que tem quase 1 milhão de habitantes, uma das maiores arrecadações do Brasil e, na minha opinião, sempre teve, nos últimos tempos, bons serviços à população, mas falta algo fundamental: colocar São Bernardo como uma metrópole, fazer São Bernardo ser uma cidade, de fato, moderna e que tenha um olhar para o futuro.

Como se faz isso?

Acho que com políticas inovadoras, buscando alternativas. Por exemplo, chamando a iniciativa privada para investir em conjunto com o poder público, de modo que ambos possam fazer de São Bernardo, de fato, uma metrópole. Que tenha condições de estar equiparada com a Capital, que tenha condições de ter os mesmos serviços, não apenas o público, mas os privados, que possa ser inovadora e consiga dar qualidade de vida superior para a população.




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