O porta-voz da Polícia Federal em São Paulo, delegado Gilberto Tadeu Vieira Cézar, confirmou neste sábado que a Justiça Federal autorizou as quebras dos sigilos bancário e telefônico do prefeito Celso Daniel e dos empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria Pinto. Segundo a PF, a quebra não tem ligação direta com as investigações sobre o assassinato do petista andreense, seqüestrado e morto no último final de semana, em São Paulo.

Foi noticiado na sexta-feira que o juiz Casem Mazloum, titular da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal, havia quebrado os sigilos bancário e telefônico de Celso, de Silva (que acompanhava o prefeito na noite do seqüestro) e Ronam Maria Pinto (dono de empresas que prestam serviços à Prefeitura de Santo André nas áreas de coleta de lixo e transporte público). Mas o assessor da Justiça Federal, Márcio Novaes, disse ao Diário do grande ABC que foi concedido apenas mandado de busca e apreensão ao apartamento do prefeito, vasculhado quinta-feira à tarde pela PF.

O sigilo telefônico do celular de Celso Daniel foi aberto na quinta-feira pelo juiz corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) e Polícia Judiciária, Maurício Lemos Porto. O pedido partiu do delegado titular do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Armando de Oliveira Costa Filho, encarregado das investigações do crime na Polícia Civil. A medida visa averiguar se Silva deixou mesmo dois recados na caixa postal do celular de Celso logo após o seqüestro, como o empresário afirmou em depoimento.

A quebra dos sigilos bancário e telefônico de Celso Daniel, Silva e de Ronam Maria Pinto está ligada a um inquérito aberto em 2000 na PF por representação do deputado federal Celso Russomano (PSDB), que perdeu as eleições para Celso Daniel no pleito do mesmo ano. O parlamentar acusa irregularidades no envio a Miami (EUA) de US$ 89 mil referentes à venda de uma casa. A transação, feita entre 99 e 2000, teria sido feita pelo o oftalmologista João Francisco Daniel, irmão de Celso.