Política Titulo Demissão em massa
Saúde de São Bernardo pode ter até 500 demissões, diz sindicato

Município já enfrenta problemas como falta de remédio, de médicos, UBSs deterioradas e unidade interditada; dispensas começaram sexta-feira

Artur Rodrigues
do Diário do Grande ABC
09/05/2023 | 08:02
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Celso Luiz/02.05.2023


Além dos problemas estruturais em prédios, da falta de medicamentos e de médicos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e UBSs (Unidades Básica de Saúde) e da demora na marcação de consultas e exames, a situação da rede municipal de São Bernardo pode sofrer mais um duro golpe. Segundo o SindSaúde ABC, o sindicato da categoria na região, até 500 funcionários podem ser demitidos nas próximas semanas na cidade. A área está sob cuidados do secretário Geraldo Reple Sobrinho desde 2017, primeiro ano de Orlando Morando (PSDB) à frente da Prefeitura. 

De acordo com Almir Rogério da Silva, o Mizito, presidente do SindSaúde ABC, as demissões começaram na última sexta-feira. Segundo ele disse ao Diário, o sindicato tem recebido denúncias de que os trabalhadores do Complexo de Saúde de São Bernardo, sob gestão da Fundação do ABC (FUABC), estão sendo gradativamente desligados, sem serem substituídos. 

“Assim que soube das demissões, liguei para a Fundação do ABC para entender o que esá acontecendo. Eles (a Fundação) me informaram que haveria 160 demissões, o que por si só já seria um absurdo. Mas as denúncias que estamos recebendo nos levam a crer que esse número é muito maior, e acreditamos que pode chegar a 500 funcionários demitidos”, disse Mizito. 

Segundo o presidente do sindicato, são de 6.000 a 8.000 mil funcionários da Fundação do ABC em São Bernardo. O SindSaúde convocou plenária com os trabalhadores da entidade de saúde para amanhã para discutir os encaminhamentos a fim de evitar que mais demissões ocorram. 

“Precisamos nos mobilizar para colocar o prefeito (Orlando Morando, do PSDB) no lugar dele. Queremos negociar a readmissão dos funcionários que foram desligados e impedir mais demissões”, comentou Mizito, que ainda informou a possibilidade de a categoria entrar em greve. “Faz tempo que estamos tentando mobilizar uma greve, os funcionários estão sobrecarregados, sem reajuste salarial, mas é difícil parar a saúde? A vida das pessoas vem sempre em primeiro lugar, independentemente da situação. Mas vamos conversar com a categoria e ver o que é possível”. 

O Diário entrou em contato com a Prefeitura e a FUABC para saber sobre o número previsto de demissões, mas nenhuma resposta foi dada até o fechamento desta edição. 

Ao longo das últimas semanas, o Diário tem noticiado vários descasos da gestão de Orlando Morando com a saúde de São Bernardo. Em 31 de março, a Defesa Civil do município interditou a UBS Vila União, no Grande Alvarenga, por risco de desabamento. As reparações já foram iniciadas, mas, de acordo com os operários da obra, o serviço deverá ser concluído apenas daqui a 30 dias. 

Também foi noticiada pelo jornal a falta de neuropediatras na rede municipal, o que tem prejudicado o atendimento e o tratamento de crianças portadoras de TEA (Transtorno do Espectro Autista). O vereador Julinho Fuzari (PSC) entrou com representação na Promotoria da Infância e da Juventude do MP (Ministério Público) de São Bernardo depois de ouvir queixas de vários pais e mães com filhos com TEA.




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