O chefe da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), Ruud Lubbers, afirmou nesta sexta-feira que somente é "simpático" às mulheres e negou as acusações de assédio sexual em uma série de escândalos que recentemente sacudiram a organização.

Após se reunir com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, Lubbers, ex-primeiro-ministro holandês, fez uma apresentação que deixou outros membros da ONU perplexos e desconcentrados: Lubbers fez uma demonstração de como havia acompanhado uma mulher para fora de uma reunião em seu escritório da sede do Acnur em Genebra (Suíça), fato que gerou acusações a ele de assédio sexual no último ano.

"Acompanhei a dama para fora da sala com minha mão em suas costas, isso foi tudo", disse. "Pode-se chamar isso de confiança, mas certamente não é assédio sexual". Lubbers acrescentou: "Tenho sido simpático com as mulheres, mas asseguro que meu comportamento era um gesto de cavalheirismo".

O chefe do Acnur contou ter conversado brevemente com Annan sobre o tema, mas fontes ligadas ao secretário-geral emitiu um comunicado afirmando que o assunto principal foi o futuro de Lubbers na organização, particularmente à luz das recentes informações denunciadas pela imprensa.

O caso do chefe da Acnur voltou às páginas dos jornais depois que o diário britânico ‘Independent’ publicou detalhes de um relatório confidencial da ONU que mencionava a sua "conduta de assédio sexual". Após ver este relatório e receber assessoria legal, Annan optou por não atuar contra o ex-primeiro-ministro holandês de 65 anos e preferiu apenas repreendê-lo.