A ocasião é propícia para a realização da mostra, visto que Tarsila e Di são expoentes do modernismo brasileiro, movimento que completou 80 anos em fevereiro passado (o marco inicial é a Semana de 22).

E o MAM aproveitou 2002 para festejar o modernismo. Já foram vistas esse ano no museu paulistano as mostras das coleções Cisneros e Nemirovski (em recortes voltados ao modernismo) e a retrospectiva de Rebolo, que marcou o centenário do pintor.

O foco principal da exposição de Tarsila e Di é a busca de uma identidade brasileira nas obras dos dois artistas. Segundo a curadora, eles chegaram ao nacional na arte ao incorporar em sua produção artística, por exemplo, as figuras do caipira, do negro, as favelas e os botequins.

Ainda conforme Maria Alice, Tarsila e Di chegam à questão do que é ser brasileiro por meio de uma visão inovadora, que não estava presente nas artes, mesmo com experiências anteriores como a de Almeida Júnior.

A mostra privilegia os trabalhos dos anos 20 e 30, período da efervescência modernista no país, mas também há obras de datas posteriores. Vendedor de Frutas e O Touro são exemplos de obras de Tarsila que estarão em exibição, ao lado de trabalhos que foram pouco expostos, como Batizado de Macunaíma e Maternidade.

De Di: Moças com Violão, Mulheres na Janela, Bordel e Mulheres no Mangue (obra que foi poucas vezes exibida). Também na quinta, o MAM inaugura a exposição Parede RGB, da artista Lúcia Koch, dentro do projeto Parede.

Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti: Mito e Realidade no Modernismo Brasileiro – Exposição. No MAM-SP – Parque do Ibirapuera, portões 2 e 3, São Paulo. Tel.: 5549-9688. Abertura: quinta-feira, às 19h30. Visitação: terças, quartas e sextas, das 12h às 18h; quintas, das 12h às 22h; e sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Ingr.: R$ 5; entrada franca às terças (durante todo o dia) e quintas (a partir das 17h). Até 15 de dezembro.