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Fazenda ocupada por sem-terra no Pará deve ser desapropriada
Do Diário do Grande ABC
10/01/1999 | 20:41
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A direçao do Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra) em Belém deve anunciar na terça-feira que a fazenda Bacuri, em Castanhal, é improdutiva e será desapropriada para o assentamento de cerca de 300 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A fazenda, de 5,8 mil hectares, foi vistoriada em dezembro passado por dois agrônomos do Incra de Sao Luís (MA). Eles concluíram que a área serve aos objetivos da reforma agrária.

Os proprietários da fazenda, Fábio e Kiara Rangel, além do arrendatário da área, Paulo Costa, nao aceitam o resultado da vistoria, alegando que a área foi toda preparada para a pecuária, mas está sendo destruída pelos sem-terra. Pecuaristas da regiao temem que a desapropriaçao estimule a ocupaçao de outras fazendas.

Para o advogado Evaldo Pinto, defensor dos fazendeiros, o Incra está se curvando às pressoes do MST, ignorando todo o trabalho que foi feito na área para que ela fosse utilizada como pasto. ``Lá dentro havia mais de 2 mil cabeças de gado, a fazenda nao tem um único buraco, foi toda estaqueada, mas o Incra, mesmo assim, a considera improdutiva. Isso é um absurdo', disse Pinto.

A líder do MST na Bacuri, Soraia Almeida, afirma que a fazenda foi ocupada porque os sem-terra sabiam que ela era improdutiva. ``O superintendente do Incra, Darwin Boorner, prometeu jogar limpo e fazer um trabalho bem feito sobre a avaliaçao da Bacuri. Nós confiamos nele. O resultado, para nós, nao é novidade.'




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