Por oito votos a seis, o Conselho de Ética da Câmara rejeitou nesta quinta-feira o relatório do deputado Edmar Moreira (PFL-MG) que pedia o arquivamento do processo de cassação contra o deputado José Mentor (PT-SP). Ele é acusado de quebra do decoro parlamentar por ser o suposto beneficiário de R$120 mil pagos pela empresa S2 Participações, do empresário Marcos Valério de Souza – operador do 'mensalão'.

Diante deste quadro, o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), nomeou o deputado Nelson Trad (PMDB-MS) como o novo relator do processo, que deve apresentar o seu parecer dentro de duas sessões. Trad foi contrário ao parecer de Moreira.

Mentor declarou em sua defesa que o dinheiro recebido era referente a serviços prestados por sua advocacia (José Mentor, Pereira Mello e Souza Advogados Associados), em março de 2004, ao empresário Rogério Tolentino, sócio de Valério na empresa 2S Participações. O deputado explicou que foram dois pagamentos de R$ 60 mil e que esses recursos foram contabilizados, as notas fiscais foram emitidas e os impostos, recolhidos. O deputado ainda revelou que ficou sabendo que a S2 estava por trás da contratação dos seus serviços após depoimento de Tolentino à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios.