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Na região, Aids cresce 273% em maiores de 50 anos
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
14/02/2009 | 07:00
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Os casos de Aids diagnosticados em pessoas com mais de 50 anos pularam de 11 para 41 entre 1990 e 2007 no Grande ABC - um crescimento de 273% nestes 17 anos. Especialistas apontam a falta de uma cultura de prevenção nesta faixa etária, como uso incondicional da camisinha, como o principal causador do aumento. A ampliação da vida sexual ativa com o uso de medicamentos também é lembrada.

Os números regionais apontam ainda um crescimento na participação de pessoas com mais de 50 anos sobre o total de casos diagnosticados, independente da idade. Em 1990, essa faixa etária representava apenas 5,1% das pessoas que passaram por exame e receberam resultado positivo. Foram 19,3% em 2007, com clara tendência a um aumento nos próximos anos.

Com elevada expectativa de vida, São Caetano viu 36,4% dos casos registrados em 2007 envolverem pessoas com mais de 50 anos - número bem acima da média regional.

O Grande ABC segue a tendência nacional e tem nas mulheres as principais afetadas pela propagação do vírus. Nas últimas estatísticas, elas já representavam 39% dos casos diagnosticados entre aqueles que têm mais de 50 anos. Em 1990, eram somente 9,1%. Em Diadema, as mulheres dessa faixa etária que fizeram o exame em 2007 e receberam resultado positivo são maioria (60%).

A tendência de alta entre pessoas do sexo feminino neste grupo é confirmada ao se comparar a disseminação do HIV nos demais setores da sociedade. De 2006 para 2007, houve redução de 25,1% nos casos envolvendo pessoas de qualquer idade e sexo. Mais tímida, a diminuição entre homens com 50 anos ou mais foi de 7,4%. No mesmo período, houve aumento de 33,3% entre mulheres dessa faixa etária.

Médico infectologista da Secretaria de Saúde de Santo André, Humberto Onias acompanha a epidemia desde o surgimento dos primeiros casos no Grande ABC. Ele não tem dúvida em relação ao que tem provocado o aumento do número de infectados com mais de 50 anos. "Oadulto jovem passou por uma forte campanha de prevenção, de estímulo ao uso do preservativo, quando iniciava a vida sexual. Isso não aconteceu com as pessoas de mais de 50 anos, que têm uma visão estigmatizada sobre o assunto."




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