O laudo do IML (Instituto Médico-Legal) dos dois irmãos assassinados e esquartejados no mês passado em Ribeirão Pires deve ser concluído até sexta-feira. Já os exames do IC (Instituto de Criminalística) ficarão prontos somente na próxima semana.

Os exames são fundamentais para a conclusão do inquérito em andamento realizado pela delegacia de Ribeirão Pires. Apesar do crime bárbaro estar praticamente esclarecido, a polícia ainda busca alguns detalhes sobre os homicídios de Igor Giovanni, 12 anos, e João Vitor dos Santos Rodrigues, 13. O crime ocorreu em 5 de setembro.

Os dois acusados presos, o pai das crianças, o vigilante João Alexandre Rodrigues, 39, e a madrasta, Eliane Aparecida Antunes Rodrigues, 35, apresentaram versões diferentes. Segundo Rodrigues, ele e a mulher mataram e esquartejaram as duas vítimas. Eliane alegou que só colocou os restos mortais em sacos de lixo. Na reconstituição feita com a presença do vigilante, a polícia considerou a versão do pai mais esclarecedora.

"Os laudos do IML e IC serão confrontados para que o crime não tenha nenhum detalhe em dúvida", afirmou o diretor do IC de Santo André, Nelson Gonçalves, que responde também por Ribeirão Pires.

Passado mais de um mês dos assassinatos, o TJ (Tribunal de Justiça) informou ontem que a Corregedoria do órgão ainda está investigando a conduta da juíza da 3ª Vara de Ribeirão Pires, Isabel Cardoso da Cunha Lopes Enei.

Em janeiro, a juíza determinou que os irmãos saíssem do Abrigo Novo Rumo e voltassem a viver com a madrasta e o pai, apesar do histórico de agressões familiares. O TJ informou que não há prazo para a conclusão da investigação da juíza, que está em férias.

O inquérito policial também só será concluído após o depoimento da conselheira tutelar Edna Amante. Ela fazia o atendimento dos irmãos e foi favorável que eles retornassem para casa. O pai e a madrasta estão presos na penitenciária de Tremembé, interior do Estado, mesmo local onde fica o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados do assassinato da menina Isabella. Rodrigues e Eliane afirmaram em depoimento que os irmãos brigavam constantemente com a madrasta, atribulando a vida familiar. Após os garotos fugirem de casa, o vigilante propôs separação. Segundo a polícia, esse histórico teria motivado os assassinatos.