Economatica alega que a companhia andreense de turismo tem grande chance de se tornar insolvente
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A CVC, companhia do ramo de turismo com sede em Santo André, é uma das cinco corporações com ações negociadas na bolsa de valores que correm maior risco de se tornarem insolventes e, por causa disso, quebrarem. A conclusão é de estudo da consultoria Economatica divulgado pelo Estadão. A empresa diz desconhecer os critérios do levantamento e garante que “vem honrando todos os seus compromissos financeiros”.
Segundo conclusão dos analistas, que avaliaram critérios como valores de capital, ativos, reservas, Ebit (sigla para lucro antes de abatidos juros e imposto de renda), patrimônio e passivos, a CVC tem 37% de possibilidade de não dar conta de arcar com os custos de operação. Se isso ocorrer, a companhia quebra. Fontes do mercado estimam que a CVC possui dívida bruta que atinge R$ 1 bilhão. Neste momento, a companhia trabalha para estender os prazos de pagamento, já que a maior parte, cerca de R$ 650 milhões, vence no segundo semestre de 2023. Neste ano, a empresa foi ao mercado de ações captar R$ 403 milhões para ampliar o capital de giro.
O principal inimigo do reequilíbrio buscado pela CVC, de acordo com analistas, são os juros altos. Empresas altamente endividadas têm mais dificuldades para honrar compromissos nesse cenário. Atualmente em 13,75% ao ano, a expectativa é de que a taxa Selic não seja reduzida pelo menos nos primeiros meses do próximo ano. Outro problema da companhia andreense é a desaceleração da atividade econômica. O setor de turismo foi altamente impactado pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19 e pela alta da inflação.No ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 5,13% e, nos últimos 12 meses, de 5,90%.
A CVC disse ao Diário desconhecer os critérios do levantamento. “Mas afirma que vem honrando todos os seus compromissos financeiros e fazendo a gestão de caixa de forma eficiente e rigorosa. No meio do ano, a empresa concluiu um aumento de capital de R$ 400 milhões e segue proativamente trabalhando na reavaliação de sua estrutura de capital/dívida que tem vencimentos no primeiro semestre de 2023”, divulgou, em nota.
O comunicado da companhia é otimista quanto ao futuro. “Mesmo com fluxo de caixa ainda negativo, conforme reportado nos últimos trimestres, embora tenha alcançado crescimento em reservas, a empresa registrou Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 72 milhões no terceiro trimestre deste ano, sendo o maior desde 2019 e segue confiante na plena retomada do turismo.”
No ranking das companhias cuja sustentabilidade está ameaçada, segundo a Economatica, a CVC aparece na terceira posição. A lista é encabeçada pela Gol (com 55% de chances de se tornar insolvente e, consequentemente, quebrar), seguida por Azul (42%). TIM (30%) é a quarta e a Hapvida (28%), a quinta.
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