A posse de Anne Krueger, uma crítica ferrenha da Argentina, como diretora interina do Fundo Monetário Internacional (FMI) caiu como um balde de água fria sobre Buenos Aires, a menos de cinco dias do vencimento de uma parcela de 3,1 bilhões de dólares da dívida do país com a entidade. Entretanto, o governo garante que não quer fazer pré-julgamentos.

"Seria imprudente da parte do governo argentino emitir pré-julgamentos sobre Anne Krueger", afirmou o ministro do Interior, Aníbal Fernández.

A americana substitui interinamente Horst Koehler, que renunciou ao cargo de diretor-gerente para se candidatar à presidência da Alemanha. Koehler tinha uma postura mais flexível com a Argentina, enquanto Krueger é partidária da linha dura desde que Buenos Aires declarou a moratória, no final de 2001, durante o breve governo do peronista Rodríguez Saa.

Depois de sua nomeação na quinta-feira, Krueger conversou "um pouco" por telefone com o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, informou à imprensa seu porta-voz, Armando Torres, sem dar maiores detalhes.

Segundo o porta-voz da pasta, Armando Torres, foi Krueger quem telefonou para Lavagna e a conversa foi breve. O telefonema ocorre no momento em que o FMI discute se aprova as metas da segunda revisão do último acordo firmado com a Argentina, em setembro do ano passado.

O presidente Néstor Kirchner reiterou dias atrás que Buenos Aires não pagará a parcela que vencerá se a entidade não aprovar antes as metas incluídas no acordo de três anos.