De acordo com o jornal argentino La Nación, o ambiente no entorno do Obelisco já estava pacificado no fim da noite de terça
A aglomeração de cerca de cinco milhões de pessoas para acompanhar o desfile da seleção argentina pelas ruas de Buenos Aires, na terça-feira, dava sinais desde o início do dia que não terminaria bem. Sem poder ver de perto os campeões mundiais na região do obelisco, situado na Praça da República, junto à Avenida 9 de Julho, torcedores invadiram o monumento. Policiais entraram em ação para retirar os argentinos do local e houve confusão. Ao menos 14 pessoas foram detidas, 21 integrantes das forças de segurança ficaram feridos e outros 64 torcedores tiveram de ser levados para hospitais.
De acordo com o jornal argentino La Nación, o ambiente no entorno do Obelisco já estava pacificado no fim da noite de terça. Serviços de limpeza começaram a ser feitos no local. Ainda não foram contabilizados os prejuízos causados pela festa, mas imagens mostram destruição de pontos de ônibus e de alguns estabelecimentos comerciais.
As forças de segurança relataram também a ocorrência de roubos, furtos e saques na região central de Buenos Aires. Há relatos de pessoas que se perderam em meio à multidão e precisaram ser acolhidas pelo Centro de Monitoramento Urbano da capital argentina. A polícia atendeu cerca de 795 chamadas para atendimentos médicos e busca por informações de pessoas perdidas.
Entre as 14 pessoas detidas pela polícia, quatro delas estavam dentro do obelisco. Um deles chegou a se pendurar no topo do monumento. As forças de segurança precisaram agir para retirar os invasores do local. Foi neste momento que a confusão começou. Pedras e garrafas foram atiradas na direção dos policiais, que revidaram com bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha.
A seleção argentina previa se deslocar do Centro de Treinamento da Associação do Futebol Argentino (AFA), na região de Ezeiza, próxima ao aeroporto, rumo à região central de Buenos Aires, desfilando em carro aberto para saudar os torcedores com a taça da Copa do Mundo.
A expectativa era de chegada da delegação às 12h30 na Praça da República. No entanto, a concentração de pessoas foi tão grande que o ônibus que levava Lionel Messi e companhia precisou mudar de rota. Os jogadores foram retirados de helicóptero de volta ao Centro de Treinamento. Messi e Di María, por exemplo, prontamente se deslocaram para Rosario, cidade natal de ambos.
O presidente da AFA, Claudio Tapia, pediu desculpas aos torcedores que se deslocaram até o local para saudar os campeões mundiais. "Não nos deixaram chegar para cumprimentar todas as pessoas que estavam no Obelisco. Os mesmos órgãos de segurança que nos escoltaram, não nos deixaram seguir em frente. Mil desculpas em nome de todos os jogadores campeões do mundo. Uma pena", publicou em sua conta no Twitter.
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