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Polo Petroquímico
Do Diário do Grande ABC
14/12/2022 | 09:53
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Está em curso enorme esforço das empresas petroquímicas do Grande ABC de se integrarem à comunidade do entorno. Fundado há meio século e ocupando áreas generosas dos municípios de Santo André e Mauá, o Polo que reúne várias companhias do setor tem se esforçado para reduzir os atritos causados à vizinhança. Muitos milhões de reais têm sido investidos para tornar a convivência mais harmônica. Somente a Braskem, uma das gigantes do ramo, aplicou nos últimos 20 anos R$ 2 bilhões em programas e projetos destinados a reduzir os impactos ambientais provocados pela sua atividade, a produção de insumos industriais. Não é exagero dizer que o futuro do negócio depende do fim dos conflitos.

Durante cinco décadas, a relação entre as químicas e petroquímicas e a sociedade foi se esgarçando, sem que houvesse preocupação das primeiras em mitigar os conflitos com a segunda. Sem se abrirem a um diálogo franco com a comunidade, para desfazer alguns mitos que foram sendo criados à margem de sua atividade, as companhias do setor viram-se, de repente, alçadas à categoria de vilãs do meio ambiente. O plástico perdeu a batalha da opinião pública e se tornou material controverso. A sua produção, sem a qual as facilidades da vida moderna não seriam possíveis, passou a ser questionada, apesar de se saber que os problemas residem no seu descarte inadequado na natureza.

A presença da indústria petroquímica é de vital importância para a economia do Grande ABC. Sessenta por cento da receita de impostos de Mauá, por exemplo, vêm do segmento. Em Santo André, o percentual é de 30%, ainda assim bastante significativo. Por ano, as duas cidades recebem R$ 10 bilhões em tributos pagos pelas companhias do ramo. O que seria da região sem esse dinheiro? A institucionalização do Polo Petroquímico, que permite às empresas participarem das discussões municipais e estaduais sobre a ocupação do entorno, é providencial para o apaziguamento das tensões. Mas outros passos são esperados. Pelo bem tanto da sociedade quanto das finanças públicas.




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