Valor é 16,5% menor que no ano passado; salário mais baixo, preços altos, endividamento e inadimplência da população explicam a queda
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Os moradores do Grande ABC pretendem gastar, em média, R$ 466,11 com o presente de Natal, o que representa queda de 16,5% em relação aos R$ 558,80 do ano passado, e 21,23% se for considerada a inflação dos últimos 12 meses. A maioria vai usar o cartão de crédito como forma de pagamento e os shoppings serão os locais preferidos para a compra. Os dados são da PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista.
A redução no valor do presente, está ligada a três fatores: diminuição dos salários, elevação dos preços dos produtos e o endividamento da população. "Embora estejamos em um cenário melhor em relação ao número de pessoas desocupadas, a qualidade do emprego é muito ruim. Então, temos um salário médio menor do que antes da pandemia e com poder de compra menor. É importante ver também que os níveis de preços subiram. Outro fator relevante é a questão do nível de endividamento das pessoas e do grau de inadimplência; as pessoas têm poder de compra menor e estão mais ''''enforcadas'''' com relação à condição financeira", explica Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico.
Os principais presenteados pertencem ao núcleo familiar, destacando as mães, os pais, os filhos (as), mulheres e maridos, irmãos e os namorados (as). Entre os fatores que afetam as decisões de compras, os consumidores entrevistados se mostraram mais sensíveis ao desejo da pessoa a ser presenteada (33,60%) e à qualidade do produto (22,60%), do que ao preço (20,92%) e descontos (14,46%).
Dentre os presentes mais procurados estão os vestuários/calçados (30,7%), seguidos de perfumes/cosméticos (21%), brinquedos (10,2%) e relógios, joias e bijuterias (6,3%). Esse ordenamento permaneceu razoavelmente estável em relação à 2020 e 2021. A proporção de consumidores que afirmou não ter definido o presente foi de 5,5%, semelhante ao ano passado.
Os estabelecimentos preferidos para as compras são os shopping centers (36,9%), seguido do comércio formal do centro da cidade (25,6%). As compras via internet (29%), que foram as favoritas em 2021, tiveram sua participação reduzida para 23%, fruto da redução dos níveis de contágio e casos graves provocados pela Covid-19, tornando o consumidor mais confiante a realizar compras presenciais. Contudo, comparativamente aos anos anteriores, 9% dos consumidores que irão presentear ainda estão indecisos sobre o local de compra, contra 11% em 2021, 6% em 2020 e 3% em 2019.
Com relação às formas de pagamento, os consumidores declararam preferir o cartão de crédito (49%), seguido do cartão de débito (38,5%) e a utilização do dinheiro à vista (9,5%). A opção de pagamento em dinheiro é preferida pelas famílias de menor renda. A utilização de crédito tende a ser mais presente nas famílias de renda média e média alta.
O preço médio que os consumidores revelaram estar dispostos a pagar por presente é de R$ 162,50. Comparado aos R$ 165,70 do ano passado, houve redução nominal de 1,95%. Se considerada a inflação acumulada de aproximadamente 5,88% nos últimos 12 meses (até novembro), a redução real foi de 7,40%.
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