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Olho em Orlando
Do Diário do Grande ABC
08/12/2022 | 08:50
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O promotor de Justiça Pedro Javaroni Machado Fonseca encaminhou na sexta-feira comunicado ao prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), recomendando que ele suspenda o processo de doação de terreno municipal para a organização não governamental Instituto Bióleo Ação Triângulo até que as justificativas para transferência do terreno sem necessidade de licitação sejam apresentadas ao Ministério Público. Ele tem 30 dias para responder. Insistir na iniciativa, alertou o representante do MP, pode fazer com que o tucano venha a responder por improbidade administrativa. Trata-se de mais uma polêmica na extensa lista envolvendo imóveis e o chefe do Executivo são-bernardense.

O histórico do tucano justifica a vigilância e a preocupação do MP. A controversa relação de Orlando Morando com questões imobiliárias vem de muito antes de ele chegar ao cargo de prefeito, desde quando, ainda vereador e de olho na Assembleia, adquiriu áreas desvalorizadas que, algum tempo depois, foram desapropriadas pelo Estado, por valores imensamente mais altos, para a construção do Trecho Sul do Rodoanel. Também é inolvidável o episódio em que empresa do tucano recebeu R$ 1 milhão do município de São Bernardo, pela desapropriação de imóvel de 531 metros quadrados na Estrada dos Alvarenga, quatro dias antes de seu proprietário assumir a Prefeitura, em 1º de janeiro de 2017.

Enfim, há razões mais do que suficientes para o MP solicitar a imediata paralisação do processo de doação do terreno, localizado no Rudge Ramos. Inclusive a ausência de debate com a sociedade. O comportamento dos vereadores, aliás, também foi lamentável. O promotor cita que o projeto de lei que autorizou a transferência "tramitou em regime de urgência" na Câmara. "tendo sido a Lei aprovada em poucas horas, sem a realização de audiência pública e com pareceres verbais das Comissões Permanentes". Os legisladores são-bernardenses e o prefeito Orlando Morando podem muito, mas não podem tudo, como bem lembrou a acertada intervenção do Ministério Público.




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