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Com novo gestor, EC São Bernardo almeja elite do futebol paulista até o centenário

Após carreira como atleta, Anderson Franciscon assumiu o cargo em 11 de outubro

Tomaz de Alvarenga
08/12/2022 | 08:05
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Reprodução/Instagram


Após carreira como atleta nos gramados, defendendo clubes como Juventus e Barueri, Anderson Franciscon é um dos sócios da Three Sports Group, empresa que gerencia carreiras de atletas profissionais e da base e que agora, começa a investir também em um clube profissional. Voltando a atuar no futebol (fora de campo) desde 2014, ele é o CEO do EC São Bernardo desde 11 de outubro e nesta entrevista, dá mais detalhes sobre os planos e projetos para o Cachorrão. 

Por que o Cachorrão?

A gente já se identificou com o clube desde o primeiro momento. Eu gosto muito de o clube ser alvinegro (eu sou de Santos), então está próximo (alvinegro praiano e alvinegro do ABC), nós simpatizamos com o Cachorrão, com o símbolo do clube, robusto, de força, de raça, de passar aquela garra, São Bernardo por tudo isso… A cidade é maravilhosa, o bairro onde está o Baetão, onde está a nossa sede é ótimo, a cidade é muito boa, estamos a 50 minutos de Santos, 40 minutos do aeroporto internacional, 20 minutos de aeroporto de Congonhas… É muito estratégico e não teria lugar para a gente estar do que no EC São Bernardo. É nossa primeira experiência com clube, nós já tivemos algumas participações em montagem de elenco pontuais em algumas divisões do futebol brasileiro, mas a gestão mesmo, tomadas de decisões, modernizar e criar departamentos, esta é nossa primeira oportunidade que temos e estamos muito confiantes de que faremos um trabalho muito bom, pois temos pessoas muito dedicadas, que já trabalhavam aqui com muito amor pelo clube, e a gente só chegou aqui para elevar ainda mais este nível e complementar o trabalho que já vem sendo feito pelo presidente Felipinho, junto com o Fabiano, que é o gerente de futebol que faz um excelente trabalho desde a época do Tigre.

Como é o projeto que vocês estão montando tanto para o profissional quanto para a base?

Nosso projeto inicia nas primeiras categorias da base, nossa ideia é fazer um time cada vez mais competitivo a partir de 2023. Vai ser comum o torcedor do ABC começar a ver o EC São Bernardo disputando títulos, chegando em decisões de competições, ganhamos agora nos últimos dias dois títulos na base no futebol masculino, com o Sub-14 (Paulista Cup) e Sub-16 (Faac Cup), chegamos em outras semifinais e no feminino, somos o primeiro time profissional da história do Grande ABC. E já conquistamos uma vaga para o Brasileiro, então o projeto passa pela ambição de conquistas, mas também pela vontade de formar grandes atletas e profissionais para o futebol brasileiro e mundial, pois a região é muito rica de talentos. E agora, no profissional, o grande objetivo nosso é o acesso para a Série A-2 do Paulistão. Nós temos o nosso vizinho, o Tigre, que está muito bem, estruturado, o Roberto (Graziano) vem fazendo um excelente trabalho com a Magnum no comando do clube, está com investimento forte, na A-1 do Paulista, com vaga na Série C e o que a gente deseja muito é que em breve a gente possa ter os dois clubes em um cenário de destaque no futebol paulista e nacional. Existe uma vontade dos dois clubes de unir forças para se destacarem dentro do futebol paulista, pois o futebol brasileiro gira em torno do futebol paulista e os dois clubes da cidade estando fortalecidos e se destacando isso vai ajudar todos os outros clubes da região.

O investimento na base começa em quais categorias?

No masculino começa no Sub-11, no profissional, tanto masculino, quanto feminino, é o nosso desejo trazer mais estrutura e mais qualidade. Nós estamos tendo uma experiência muito positiva com elas, as meninas passaram para nós uma visão muito positiva do quão é bom ter o futebol feminino no clube em termos de visibilidade, notoriedade e é uma tendência que todos os clubes vão ter que aderir, isso não volta mais. A CBF incentiva, a Federação incentiva e os clubes em algum momento vão ter que enxergar que isso é muito bom. Nós tivemos quatro oportunidades de jogos transmitidos no canal Sportv às 21h contra Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo. Hoje, na nossa atual realidade, somente o futebol feminino poderia proporcionar isso para nós. Então não tem como não ver com bons olhos.

Há algum planejamento de investir na base para o futebol feminino?

No futebol feminino nós temos o profissional e o Sub-17, já fazemos este trabalho e faremos esta manutenção para a próxima temporada. A ideia é que a gente consiga cada vez mais criar uma estrutura para que estas meninas consigam atingir resultados ainda melhores do que os que tivemos neste ano.

Também haverá investimento na área administrativa?

Uma das nossas primeiras contratações foi a dra. Silvana Trevisan, costumamos dizer que ela é a "Marta do serviço social no futebol brasileiro". Eu tive a possibilidade de ser atleta no primeiro trabalho dela no futebol masculino no final dos anos 90 e início dos 2000 e hoje ela é referência no Brasil em questões de adequação de departamento social e administrativo. Ela consegue trazer conhecimento na questão da estruturação dos departamentos do clube. Estamos investindo no departamento administrativo, social, psicológico… Há os alojamentos, nós alugamos 17 apartamentos em um prédio novo, com móveis novos para os atletas da base (acima dos 14 anos) que moram longe daqui do Grande ABC e atletas profissionais também.

Quanto é o investimento no clube?

Inicialmente nosso investimento é de R$ 3 milhões/ano, todo esse aporte é em infraestrutura, manutenção nos departamentos, para que o clube possa iniciar todo ano com uma base financeira para poder trabalhar. O gasto anual gira em torno de R$ 4,5 a R$ 5 milhões, mas vamos cobrir esta diferença com um trabalho muito forte de marketing, mídias sociais, captando recursos para fechar a conta para fortalecer o clube.

Nesse investimento também está a folha salarial dos atletas profissionais?

A folha salarial ela aumenta na época da disputa dos campeonatos, mas sim, está dentro dos cálculos dos R$ 4,5 a R$ 5 mi por ano. O complemento para fecharmos as contas virá com verbas da Federação, vendas de produtos do clube, receitas de bilheteria, patrocinadores, pois aqui é uma região muito rica, com muitas empresas. Estamos investindo pesado no marketing e mídias sociais para irmos além destes R$ 5 milhões.

Quais são as metas para 2023?

Nós temos uma meta que é colocar o Cachorrão até o centenário (em 2028) na elite do futebol paulista e com divisão no Campeonato Brasileiro. É uma meta da TSG, desde que entramos no clube. Fora isso, também fazer uma boa participação na Copinha, nossa chave é uma das mais difíceis, com Bahia, CSA-AL e Operário-PR, todos os clubes que têm divisão de campeonato nacional, mas temos um time muito forte sendo montado e vamos brigar pela classificação. Na Série A-3 estamos montando um time muito forte, com o (Renato) Peixe (treinador) e pretendemos buscar o acesso para a A-2 que será fantástico para a gente.

E como está a preparação do time masculino para a temporada 2023?

A pré-temporada está só iniciando. Estamos montando um time muito competitivo, com muitas opções no ataque, pelas beiradas, contamos com o principal artilheiro das últimas competições da A-3 que é o Marcos e a defesa tem Xandão, o meio-campo com o Alê (campeão do mundo pelo São Paulo), estamos vindo com um time muito forte para brigar novamente pelo acesso.




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