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Eduardo Leite assume presidência do PSDB e Paulo Serra se fortalece

Prefeito de Santo André foi um dos principais aliados do futuro governador gaúcho, que comandará o tucanato, nas prévias de 2021

Da Redação
01/12/2022 | 08:34
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Gustavo Mansur/Palácio Piratini e Celso Luiz/DGABC 17/8/22


O PSDB anunciou ontem (30) que o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, aceitou o convite para ser o novo presidente da executiva nacional a partir de fevereiro. A escolha vai reverberar diretamente no Grande ABC. E, em especial, a favor do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), e contra o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB).

Tanto que o prefeito de Santo André disse, ontem à noite, ter sido convidado pelo futuro presidente nacional da sigla para coordenar os trabalhos de transição interna, a partir da semana que vem. Ele considera ser "uma valorização" para o Grande ABC "fazer parte desse processo de reconstrução do PSDB."

"A partir da semana que vem a gente inicia esse trabalho, que vai escrever um novo capítulo na história do PSDB, que já fez muitas coisas importantes para o País, como o Plano Real, a estabilização da economia e a criação de programas sociais que beneficiaram e beneficiam milhões de brasileiros", comentou.

Sobre a escolha de Eduardo Leite para comandar a sigla no processo de reconstrução, Paulo Serra avalia que o governador eleito "é um dos quadros de gestores mais talentosos" da atualidade. "Ele (Leite) representa toda uma geração que quer que o PSDB tenha protagonismo, longe dos radicalismos que têm dividido o País nos últimos anos."

De acordo com nota divulgada pela sigla, com a posse do novo Congresso, Leite assume o comando. "No dia 2 de fevereiro iniciaremos os trabalhos da nova executiva nacional. A presidência será transmitida ao governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite", afirma a nota, assinada pelo presidente do partido desde 2019, Bruno Araújo.

Na próxima semana, Leite deverá ter reunião com Bruno Araújo e lideranças da sigla, em Brasília, para acertar detalhes da transição e da montagemda nova executiva partidária. "Daremos início ao compartilhamento de decisões para o planejamento da futura gestão. Nesse período, vamos construir uma representação coletiva para a próxima executiva nacional", afirma Araújo.

Eduardo Leite vai dirigir o tucanato nacional no processo de reconstrução. O PSDB colecionou derrotas históricas na eleição deste ano, em especial em São Paulo. O governador Rodrigo Garcia (PSDB) nem sequer foi ao segundo turno em sua tentativa de reeleição e o PSDB ficará sem governar o maior Estado da Federação pela primeira vez em três décadas. Leite, por sua vez, voltará a comandar Rio Grande do Sul depois de vencer o bolsonarista Onyx Lorenzoni (Cidadania) no segundo turno.

APOIO NAS PRÉVIAS

Paulo Serra é uma das figuras mais próximas de Eduardo Leite no Estado de São Paulo, afinidade que aflorou quando o prefeito andreense decidiu apoiar o gaúcho nas prévias tucanas para presidente. Morando, por sua vez, foi ferrenho defensor do ex-governador João Doria. À época, Doria venceu as prévias, mas sua candidatura presidencial não se confirmou: ele desistiu no meio do caminho, alegando ter sido abandonado pelo partido.

No pós-eleição do PSDB paulista,o cenário é de terra arrasada. Morando começou a circular pelos bastidores na tentativa de se tornar liderança máxima do partido em São Paulo, mas é visto com desconfiança por militantes e boa parte dos dirigentes. Além do perfil centralizador e avesso a questionamentos, Morando mais uma vez mostrou sua face de abandonar aliados no meio do caminho: largou a mão de Doria em meio ao tiroteio interno no processo de escolha do candidato a presidente e não titubeou em subir no palanque do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) e no do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno sem ao menos consultar o tucanato.

Com a escolha de Eduardo Leite para dirigir o PSDB em âmbito nacional, a tendência é a de fortalecimento de Paulo Serra no tucanato estadual. Além disso, o prefeito andreense mantém bom trânsito com o ex-prefeito paulistano e ex-ministro Gilberto Kassab, escolhido para ser secretário de Governo da gestão de Tarcísio de Freitas no Palácio dos Bandeirantes. Assim, Paulo Serra participaria do processo de reciclagem do PSDB paulista mantendo boas relações com a cúpula do governo paulista.




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