O julgamento de Saddam Hussein e de seus assessores pela matança de 148 xiitas pode terminar em junho, caso as interrupções das audiências sejam reduzidas ao mínimo, afirmou um assessor jurídico americano do Alto Tribunal Penal iraquiano.

Então, o ditador poderá responder a novas acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, começando pela sangrenta campanha de repressão contra os curdos em 1987 e 1988, explicou Kevin Dooley, coordenador da agência de apoio ao tribunal. "Um indiciamento neste sentido deve acontecer nos próximos dois meses, mas um novo julgamento só pode começar depois do anúncio do veredicto no caso de Dujail", disse Dooley.

Kevin Dooley, procurador americano, comanda em Bagdá um escritório que trabalha sobre os crimes do regime deposto. O organismo, com vários expecialistas jurídicos, foi instaurado em maio de 2004 para assessorar o Alto Tribunal Penal.

Saddam Hussein e sete co-acusados são julgados desde 19 de outubro de 2005 pela morte de 148 pessoas durante a repressão contra a aldeia xiita de Dujail, depois de um ataque contra um comboio presidencial em 1982.

Durante as próximas audiências, a partir de 24 de janeiro, novas testemunhas prestarão depoimento e serão apresentadas provas escritas da responsabilidade dos acusados. "Depois o processo será suspenso para permitir que os três juízes que presidem o tribunal elaborem uma ata de acusação precisa contra cada um dos oito acusados, o que deve demorar algumas semanas", disse Dooley.

Depois, o tribunal se reunirá para ouvir as alegações da acusação e da defesa, antes de uma nova interrupção, que precederá o anúncio do veredicto.