"Doo sangue por amor ao próximo. Faço isso desde os 18 anos porque quero ajudar quem precisa e também porque faz bem para saúde", a declaração é do comerciante Flávio Augusto Sales, 52 anos, morador de Santo André que doa sangue há 34 anos. Somente neste ano, ele já realizou duas contribuições, sendo a última há dois meses, em agosto deste ano.

Celebrado nesta sexta-feira (25), o Dia Nacional do Doador de sangue tem por objetivo agradecer os doadores pela ação, além de sensibilizar a população para importância da doação, que pode ajudar a salvar vidas.

Assim como Sales, outras 56.845 pessoas doaram, até outubro deste ano, bolsas de sangue para as três unidades do Colsan (Associação Beneficente de Coleta de sangue) no Grande ABC, sendo elas: Hospital Mário Covas, Hemocentro de São Bernardo e Núcleo Regional de Hemoterapia Doutor Aguinaldo Quaresma, em São Caetano.

A média mensal de doações nas unidades da região é de 5.000 contribuições. Anualmente, o número de pessoas pode chegar até 69 mil.

O ato de solidariedade é tradição na família de Flávio Augusto Sales, que chegou a Santo André em 2002. "Comecei a doar sangue porque minha mãe e meu irmão também doavam, lá em Belo Horizonte (MG). Já perdi as contas de quantas vezes doei. Por ano sigo a frequência recomendada, ou contribuo conforme a demanda", ressalta.

Segundo o Colsan, homens podem doar a cada dois meses, até no máximo quatro vezes no período de 12 meses. Enquanto as mulheres podem contribuir a cada três meses, até no máximo três vezes ao ano.

Sales revela qual foi o momento mais marcante que presenciou como doador de sangue ao longo de mais de três décadas. "Devido à falta de sangue no Hospital Mário Covas cheguei a doar meu sangue, que é O+, direto para uma vítima de acidente. Com a minha ajuda e de outros doadores conseguimos salvar a vida dele. Na época recebi mensagens de agradecimento da família", relembrou.

SITUAÇÃO CRÍTICA

Mesmo com apoio dos doadores, os três homocentros da região estão com estoque crítico. Até quarta-feira (23), as unidades coletaram 3.792 bolsas, que representam 55.6% da capacidade total ­ esse volume garante o atendimento da demanda hospitalar regional pelo período de apenas sete dias.

O Colsan revelou que os meses que os homocentros recebem menos doações são janeiro, julho e dezembro, por conta das férias e das festas de fim de ano. "Porém, neste ano, o período de menor doação começou em novembro, por conta dos feriados e da Copa do Mundo", revelou a associação.

Para ser um doador de sangue é preciso ter entre 16 e 69 anos (sendo que a primeira doação deve ter sido feita até 60 anos incompletos), pesar acima de 50 kg e estar em boas condições de saúde.

Antes da coleta é preciso fazer o agendamento pelo aplicativo Colsan, disponível nas versões Android ou IOS. O agendamento pode ser realizado, ainda, pelo site da instituição.