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Não dá para entender a dívida feita pelo Kiko, diz Guto Volpi

Prefeito interino de Ribeirão Pires e filho de Clóvis Volpi (PL) será candidato na eleição de 11 de dezembro

Da Redação
08/11/2022 | 08:27
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Claudinei Plaza/DGABC


Prefeito interino de Ribeirão Pires e candidato na eleição municipal suplementar do dia 11 de dezembro, Guto Volpi (PL) disse que está pronto para seguir o planejamento previsto até 2024 pela gestão de seu pai, Clóvis Volpi (PL), que foi eleito em 2020 e teve o registro da candidatura cassada. "Está tudo avançando. Estamos com o governo prontinho, todo planejado." Entre as primeiras ações de seu mandato, ele cita o convênio com o Estado para a troca de toda a iluminação pública do município. Em entrevista exclusiva ao Diário, ao lado de Clóvis Volpi, Guto, que está à frente da Prefeitura por ser o atual presidente da Câmara, criticou a enorme dívida deixada pelo antecessor Adler Kiko Teixeira, da ordem de R$ 239 milhões, que, segundo ele, é inexplicável. "Não dá para entender a dívida feita pelo Kiko, porque não há patrimônio público que explique. Não há compra de equipamentos, não há prédios públicos", disse. "A gente faz um desafio para que eles nos apontem que obras foram feitas para justificar tamanha dívida."

Após pouco mais de um mês à frente da Prefeitura, como tem sido a gestão interina?

Eu ganhei uma grande experiência presidindo a Câmara, já que todas as questões passam pelo Legislativo. Mas governar a cidade é bem diferente. Por isso admiro a vitalidade de meu pai. Foi uma adaptação rápida, porque as experiências na assessoria dele, desde 1998, e da presidência, me deixam mais à vontade para trabalhar na parte da gestão pública e do atendimento às pessoas. Sou um tocador de obras e fico muito atento aos prazos. Estou indo fiscalizar todas as obras. A gente pegou um mês de muita chuva, e isso acabou atrasando um pouco o cronograma, principalmente das frentes de asfalto. Mas está tudo avançando. Estamos com o governo prontinho, todo planejado até 2024 e não quero perder a mão disso.

Nesse período, o que tem marcado mais sua administração?

A pacificação desse processo, que poderia deixar as pessoas um pouco mais inseguras. Também tem a segurança do cumprimento de convênios com o governo do Estado e da União. Hoje (ontem) tivemos confirmação da assinatura de convênio estadual para troca das lâmpadas da cidade para LED. Serão investidos R$ 22 milhões para isso. Esse era um ponto que queríamos atacar no governo. Vamos começar agora. Serão mais de 30 mil pontos de iluminação e serão cerca de 5.000 por mês.

Como está a construção do Hospital Santa Luzia?

Como ele fica atrás da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), as pessoas não enxergam a evolução da obra. Na última visita técnica que fiz, constatei que estamos com a UTI quase pronta, com 12 leitos. E ela está a todo vapor, não parou um minuto. O governo do Estado não deixou de enviar os recursos necessários. Estamos cumprindo os prazos para a entrega em março de 2024.

A transição da administração de seu pai, Clóvis, para a sua foi muita tranquila, ainda que em um mo- mento de turbulência política na cidade. Como foi possível isso?

Eu até brinco que a cidade tem dois bons prefeitos. Ele com toda experiência política, de gestão e de ter planejado esse mandato, e eu chegando da Câmara, cumprindo essa agenda. Os propósitos são iguais e continuamos trabalhando muito bem entre Executivo e Legislativo. Foi fácil continuar o planejamento que ele deixou. Essa é a segurança da cidade. Todos os pontos turísticos de Ribeirão Pires estão com obras em andamento. Esse planejamento deixa a tranquilidade para continuar esse trabalho e, depois da eleição (11 de dezembro), reestruturar algumas ações, como na área de mobilidade urbana. Queremos desenvolver projeto chamado Ruas Completas, que representa uma melhora na interação da mobilidade, com pedestre, ciclistas, motoristas e transporte público. A ideia é ampliar espaço de pedestre e dar vida diferente à sinalização viária. Quero colocar isso em prática.

Uma de suas primeiras ações foi anunciar a suspensão da cobrança da taxa do lixo, projeto polêmico implementado na gestão do Clóvis Volpi. Como foi essa decisão?

Ribeirão Pires era a única cidade que não tinha regulamentado essa questão, por causa do Marco Regulatório do Saneamento Básico. Autorizamos a parceria com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), e a execução da cobrança não tem sido a ideal. Há divergência dos valores e muitas reclamações. A gente aproveitou esse momento para propor uma suspensão temporária após a eleição para rever esse quadro. E marcar audiências públicas para ouvir a população. Não há problema em rever essa questão e ouvir a população.

Como hoje está o grupo político liderado pelo seu pai após esse processo turbulento?

É um processo que ninguém gostaria de passar, porque o governo estava muito bem. O PL e o grupo sempre buscaram essa unidade, tanto que escolhemos uma chapa pura (o vereador licenciado Rubão Fernandes, do PL, será o vice). Estamos unidos. O secretariado está muito forte.

Como foi a escolha do nome para vice-prefeito?

Foi por pesquisas. Ouvimos muita gente e os nomes se colocaram. Houve um entendimento para que a escolha fosse consensual. Identificamos os contrapontos da escolha e o Clóvis está coordenando a campanha, o que garante a tranquilidade e mantém o diálogo. Não há dissidência.

Como vocês encararam o rompimento do ex-vice-prefeito Amigão D''Orto?

Poderia ter ficado. Foi uma escolha dele, que a gente respeita. Ele pode e deve ser candidato. Isso é democrático. Faz parte do processo político da cidade.

Como tem sido visto os atritos públicos entre nomes do PSDB municipal e tucanos de outras cidades na escolha do candidato a prefeito de Ribeirão Pires?

Nem nós esperávamos que tivéssemos que observar toda essa situação. Foi uma surpresa ver que a federação PSDB/Cidadania tinha dois candidatos. Poderia ter havido um consenso. O nosso grupo sempre foi marcado pela união. Fica difícil saber o impacto dessa disputa interna.

Seu pai sempre falou sobre a dívida herdada da gestão Adler Kiko Teixeira. Como ela está hoje?

Dos R$ 239 milhões em dívidas, quase R$ 60 milhões estão pagos. Estamos propondo desconto para a quitação de débitos. Mas é uma dívida que você não encontra patrimônio público para ela. Não foram feitas obras. Pelo contrário. As escolas estão tendo de ser reformadas. Tanto a manutenção corretiva parou e não há nenhum prédio público que justifique uma dívida desse tamanho. Essa é uma grande crítica que a gente aponta. Agora a gente faz um desafio para que eles nos apontem que obras foram feitas na cidade para justificar tamanha dívida. Não dá para entender a dívida feita pelo Kiko, porque não há patrimônio público que explique tanto gasto. Não há compra de equipamento, não há prédios públicos. Essa dívida foi gerada por serviços. E não dá para explicar.

Quanto isso impacta a administração municipal?

Meu pai pegou o governo com um ano no ápice da pandemia. Então ele aproveitou para reorganizar as finanças e o processo administrativo. O primeiro passo foi sair de 23 para 12 secretarias. Isso já desafoga um pouco a máquina pública. E com menos estamos fazendo mais. Ele reorganizou a Prefeitura. Enquanto ele, politicamente, corria atrás de recursos, a equipe seguia trabalhando para garantir as ações. Saímos de um estado caótico e avançamos muito. A cidade voltou a andar.

Qual sua expectativa em relação à gestão de Tarcísio de Freitas como governador?

O Tarcísio foi muito generoso em assumir, em mais de uma oportunidade, os compromissos que já tinham sido firmados pelo governador Rodrigo Garcia. Ele disse que iria cumprir tudo. Isso dá uma tranquilidade muito grande no processo político. Foi assim que a gente acreditou e está muito otimista. E conheci o Tarcísio pessoalmente e ele é, de fato, um tocador de obras. O Estado não vai parar. Tem muita coisa andando, inclusive no Grande ABC, como na área de mobilidade urbana, como a vinda do Metrô, por exemplo, e ele garantiu que tudo será mantido. Estamos tranquilos quanto a isso.




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