O primeiro esclarecimento que o ex-prefeito precisa fazer é sobre o rombo extraordinário que deixou nas contas públicas ao entregar a administração, em 31de dezembro de 2020. Como explicar dívidas de R$ 239 milhões sem que nenhuma obra pública de vulto tivesse sido construída em quatro anos? As suspeitas sobre o modo de Kiko dispor de recursos públicos em sua última gestão não são infundadas. Basta lembrar que o tucano só conseguiu ser nomeado secretário de Administração e Inovação em São Bernardo por força de liminar, já que é ficha suja após ter condenação confirmada em segunda instância por causa de atos praticados na época em que governou Rio Grande da Serra (2005-2012).

Já que gosta muito de falar, ao menos nas reuniões fechadas, convocadas para definir o futuro da sigla na cidade, Kiko poderia aproveitar a oportunidade para revelar por que quer tanto recuperar o comando do tucanato em Ribeirão Pires. O que lhe move? Age por si ou como lugar-tenente de Orlando Morando, o parceiro que é prefeito de São Bernardo? Vale tudo pelo cargo? Até mesmo passar por cima da própria mulher? Não se pode esquecer que Flávia Dotto, sua cônjuge, só continua à frente do diretório municipal do PSDB porque o mandato lhe foi restituído pela instância nacional da agremiação, ontem. Responda, Kiko! A população ribeirão-pirense gostaria muito de ouvir as suas palavras.