“Se eles fossem coerentes em suas denúncias, teriam de apresentar o Serra como comandante-chefe dos sanguessugas.” Sem poder fazer campanha nas ruas – ainda se recupera em casa de grave acidente automobilístico sofrido há três meses –, o líder do Governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) responde às críticas da oposição, acentuadas desde sexta-feira, com o escândalo do dossiê contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo.

Arlindo Chinaglia admite que integrantes do PT possam estar envolvidos no dossiêgate, defende que o assunto seja apurado, mas diz que a oposição transformou o assunto em “questão de vida ou morte”.

“A oposição sabe que a campanha do Lula não precisa desse tipo de artifício, mas e está fazendo de tudo para tentar comprometê-lo. Ficam fazendo essa movimentação e se esquecem do que os Vedoin (Luiz Antônio e Darci, da empresa Planam) disseram.”

Chinaglia isenta o ex-assessor do gabinete de Lula, Freud Godoy, de participação no episódio, mas admite que Jorge Lorenzetti, diretor administrativo licenciado do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) _– agora integra o comitê de Lula – possa ter “cometido erro”.

O líder do Governo também rebate as declarações freqüentes do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, que os dois partidos não são iguais. “Eles (PSDB) têm toda a razão: não somos iguais. Os sanguessugas foram inventados por eles. E quem vendeu o Estado brasileiro foi o Fernando Henrique Cardoso.”

Líder do Governo desde o começo do ano passado, o deputado, que tenta a reeleição, lista os projetos aprovados sob sua coordenação na Câmara: Fundef, criação de universidades, lei do crédito consignado e o Estatuto do Idoso, entre outros.

Chinaglia ficou 42 dias no hospital. Seu carro bateu de frente a um outro na rodovia Presidente Castello Branco. Fraturou a bacia em quatro lugares, o braço e a mão esquerdos e costelas. Diz que chegou a temer pela vida. “Não conseguia respirar.”

Se até então o deputado federal estava “entre os cinco mais votados do PT”, conforme projeções dele e do partido, a situação agora é outra. “Se for eleito, já estou contente.”