Economia Titulo Alívio
Taxa de inadimplência na região reduz 77,33% em dois meses

Liberação do Auxílio Brasil e aumento de empregos formais foram essenciais para o Grande ABC ter 469.230 pessoas a menos no índice da CDL

Beatriz Mirelle
Do Diário do Grande ABC
29/10/2022 | 09:27
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Denis Maciel 20/11/2020


A taxa de inadimplentes caiu 77,33% em dois meses no Grande ABC, o que corresponde a 469.230 pessoas a menos. Em agosto, o índice levantado pela CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) São Caetano e SPC Brasil era de 606.781 indivíduos com contas atrasadas em período igual ou superior a 90 dias. Já em outubro o número reduziu para 137.551 consumidores com alguma restrição no SPC Brasil ou no Serasa.

O presidente da CDL de São Caetano, Alexandre Damásio, afirma que fatores como diminuição da taxa de desocupação nacional e liberação de benefícios sociais foram determinantes para esse resultado. “Tivemos bons resultados na criação de empregos formais e no recebimento do Auxílio Brasil. Essa combinação gerou a menor taxa nos últimos 12 meses.”

O Grande ABC acumulou saldo positivo (número entre admissões e demissões) de 9.174 postos na soma entre agosto e setembro. Além disso, segundo reportagem do Diário, os dados do Portal da Transparência do governo federal apontaram incremento de 83,4% dos recursos destinados às famílias beneficiárias do Auxílio Brasil no Grande ABC em setembro.>O Brasil tem cerca de 67,9 milhões de pessoas que ainda estão inadimplentes. De acordo com a CDL, esse número corresponde a aproximadamente 40% da população adulta com dívidas ativas no SPC Brasil e Serasa. 

“Houve um aumento de 0,8% na taxa nacional, enquanto o Grande ABC foi na contramão, assim como outras regiões metropolitanas. Verificamos que boa parte das negativações estavam atreladas a contas contínuas de consumo, como água, luz, gás e escola.”

DEFLAÇÃO 

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou deflação por três meses seguidos, sendo julho (-0,68%), agosto (-0,36%) e de setembro (-0,29%). 

Damásio comenta que a inflação trabalha sistematicamente até no cálculo de parcelas a vencer. “Os efeitos desses recuos são muito benéficos na troca de dívidas ou na quitação à vista”, diz. “Também registramos demissões em montadoras regionais. A aquisição de seguro-desemprego faz diferença na pesquisa, assim como o recebimento de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ou adiantamento do 13º salário.”

TENDÊNCIA

A projeção do presidente da CDL é que o número de inadimplentes aumente em 20% por conta do Natal. A repercussão dessa data comemorativa chega até abril do próximo ano. “Historicamente, 90 dias depois, a taxa apresenta alta por conta dos excessos não controlados, como uso de cartão de crédito ou de loja para compra de presentes.” 

Para o especialista, é fundamental trabalhar na educação financeira como pacto social. “Esse é o maior desafio. As políticas econômicas federais e estaduais dão ênfase na geração de linhas de crédito, mas ninguém ensina o empreendedor a gerar capital e ter uma poupança.”




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