Após o Boletim de Ocorrência e a reportagem publicada no Diário ontem (12), Célia da Silva tem fé no que está por vir. Ela tem a "esperança que essa decisão injusta e unilateral seja revista já que não espelhou a verdade. O ocorrido gerou um tumulto que desestabilizou os atletas, impossibilitando a continuidade do jogo. Os juízes e coordenador viram perfeitamente a situação. Foi mais simples se ausentar da responsabilidade e dar o abandono da partida. No ofício é como se a reclamação do meu filho fosse mentirosa. O B.O. e a manifestação no jornal vão obrigar uma investigação e é mais um alerta para as injúrias raciais que acontecem diariamente não só no esporte".

De acordo com a reportagem, no dia 29 de setembro, o filho da entrevistada, jogador do São Bernardo, segundo o Boletim de Ocorrência lavrado anteontem (11), foi xingado três vezes de "macaco" durante uma partida de handebol entre os times da categoria cadete (15 e 16 anos) por alguém que estava na torcida de São Caetano, que não foi identificado, no ginásio Eda Mantoanelli.

O jogo foi interrompido, a equipe de São Bernardo, em solidariedade ao atleta, abandonou a quadra e não retornou. Anteontem (11) a equipe recebeu a comunicação oficial de que foi excluída da Copa Estadual da qual participava, pois o representante da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo e nem a arbitragem constataram os xingamentos e julgaram que a partida poderia prosseguir.

A mãe diz que o filho "ficou arrasado no dia (do jogo), inconformado que em 2022 ainda ocorram tais situações". Ela diz que nada apaga o que ocorreu, porém "as manifestações de apoio fazem ele se sentir acolhido e amado por todos".

SÃO CAETANO

A apuração do texto se equivocou ao não inserir na reportagem de ontem (12) a nota enviada na noite de anteontem pela Prefeitura de São Caetano a respeito do assunto, na qual diz que "a SELJ (Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude) repudia veementemente qualquer manifestação racista".