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Mortes por câncer de mama caem 60,4% nas cidades da Grande SP

Região Metropolitana e Capital registraram média mensal de 74 óbitos em 2022; prefeituras do Grande ABC ampliaram oferta de exames

Joyce Cunha
07/10/2022 | 08:31
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Celso Luiz/DGABC


O combate ao câncer de mama ganha destaque no calendário nacional ao longo deste mês, na campanha Outubro Rosa. O cenário de alta na realização de exames por imagem nas sete cidades da região, que teve 46% de crescimento no comparativo deste ano com 2021 (a média mensal saltou de 5.375 para 7.857 mamografias e ultrassonografias), foi acompanhado pela queda de mortalidade da doença na Grande São Paulo no período.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, entre janeiro e agosto deste ano, em média 74 pessoas perderam a luta contra este tipo de câncer por mês. Apesar de manter aceso o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce, o índice representa redução de 60,4% em relação às 187 mortes registradas na média mensal de 2021.

A Grande São Paulo compreende os municípios da Região Metropolitana, inclusive o Grande ABC, e a Capital. Em todo o Estado, a mortalidade por câncer de mama também caiu da média mensal de 389 no último ano para 178 nos dois primeiros quadrimestres de 2022 (redução de 54,2%).

“A primeira coisa que precisamos compreender quando se fala em prevenção ao câncer de mama é o autocuidado. Esta é uma doença potencialmente grave, mas que pode ser percebida com facilidade”, observou Morris Pimenta e Souza, médico e diretor do Hospital da Mulher do Estado de São Paulo (antigo Pérola Byington).

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que a doença ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as brasileiras, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste. O SUS (Sistema Único de Saúde) preconiza o rastreamento por meio de mamografias de rotina para a população feminina entre 50 e 69 anos – sem sinais e sintomas de câncer de mama – uma vez a cada dois anos. Quando há alterações mamárias suspeitas, a mamografia é indicada para qualquer idade, para o público masculino e feminino.

“É importante buscar as unidades de saúde e realizar os exames disponíveis gratuitamente no SUS, além de as pessoas conhecerem seu próprio corpo. A rede de saúde tem conseguido garantir assistência à doença. Quando uma alteração é identificada precocemente, em fase inicial, a repercussão do câncer pode ser mínima para a paciente”, explicou o especialista.

DIAGNÓSTICO

Com exceção de Rio Grande da Serra, que encaminha moradoras às unidades de referência do Estado, os municípios do Grande ABC ampliaram a oferta de exames de mamografia e ultrassonografia de mama.

Do total de 70 mil exames por imagem feitos neste ano, 383 pacientes tiveram alteração e foram encaminhadas para avaliação e tratamento. As prefeituras de São Bernardo e São Caetano contam com os serviços em unidades da cidade. Os demais municípios encaminham os pacientes às referências estaduais, por meio do Cross, que é a Central de Regulação de vagas do governo de São Paulo.

Rede pública oferta diagnóstico e tratamento para a doença

Além de disponibilizar exames gratuitos de mamografia e ultrassonografia para o diagnóstico de câncer de mama, a rede pública de saúde oferece tratamento para a doença, que inclui cirurgia, quimioterapia, radioterapia, entre outros medicamentos, de acordo com o protocolo prescrito por equipe médica.

Em Santo André, durante os preparativos para a realização de cirurgia na bexiga, Edna Giarola Neves, 77 anos, teve identificados possíveis tumores nas mamas, suspeita confirmada em julho deste ano por exames de imagem no Hospital da Mulher do município. A paciente teve todo o encaminhamento e acompanhamento de seu caso pela rede municipal. Pouco menos de dois meses depois, a moradora realizou mastectomia, a remoção das mamas, como parte do tratamento contra o câncer. “Foi tudo muito rápido. Quando soubemos, o mundo acabou. Ficamos sem chão”, lembra a filha de Edna, Danielle Aparevida Neves, 43 anos.

“Pela idade dela e pelo quadro de saúde (diabética e com problemas de pressão arterial), o médico não recomendou quimioterapia e medicação nem antes e nem depois da cirurgia. Ela está recebendo toda a medicação gratuitamente pelo Hospital Mário Covas. Duas vezes por semana, minha mãe passa na médica aqui do hospital que acompanha o caso dela. Esse acolhimento e o cuidado das equipes passam muita confiança para todos nós. São estímulos para sabermos que tudo vai ficar bem”, destacou Danielle. A Secretaria da Saúde do Estado disponibiliza tratamento em oncologia em 18 unidades de referência para moradores do Grande ABC, que atendem também a população da Região Metropolitana e Capital. A rede estadual também oferta exames de diagnóstico por imagem. Neste ano, 331,9 mil mamografias foram realizadas para toda Grande São Paulo. 




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