Com a legitimidade de quem obteve a maior votação da eleição de domingo no Grande ABC, a primeira-dama de Santo André, Ana Carolina Serra (Cidadania) aproveitou a sua primeira entrevista, publicada nesta edição do Diário, para concitar seus pares a formar uma bancada regional na Assembleia Legislativa para, a partir de março de 2023, defender os interesses das sete cidades. Uma iniciativa muito bem-vinda. É exatamente o que desejam os eleitores: que o potencial de votos seja revertido em força no momento das negociações junto ao governo do Estado, de modo que o bloco de municípios seja beneficiado com verbas e políticas públicas elaboradas pelo Palácio dos Bandeirantes. E nada melhor para se atingir tal objetivo que a união dos mandatos.

Se todos os oito deputados estaduais com domicílio eleitoral em uma das sete cidades se juntarem, não há governador – seja ele Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou Fernando Haddad (PT), que vão disputar o segundo turno da eleição em 30 de outubro – que ousará deixar os pleitos da região sem resposta. Exatamente por isso, a formação de um bloco parlamentar é de suma importância. Que o chamado de Ana Carolina de Serra encontre eco em Carla Morando (PSDB), Ediane Maria (Psol), Luiz Fernando Teixeira (PT), Thiago Auricchio (PL), Teonílio Barba (PT), Rômulo Fernandes (PT) e Atila Jacomussi (Solidariedade). Com uma frente parlamentar suprapartidária, o Grande ABC voltará a ocupar o espaço apropriado ao seu tamanho e à sua relevância.

O que vale para o Estado de São Paulo vale também para a União, evidentemente. A convocação de Ana Carolina Serra aos colegas de Assembleia Legislativa deveria se reproduzir na esfera da Câmara Federal, à qual o Grande ABC elegeu quatro representantes – que tomam posse em 1º de fevereiro.

Fica, então, a dica para o veterano Alex Manente (Cidadania), o decano da turma, reeleito para seu terceiro mandato consecutivo, e os novatos Luiz Marinho (PT), Marcelo Lima (Solidariedade) e Fernando Marangoni (União Brasil). Que eles conversem e se unam para fazer a defesa consistente que a região precisa em Brasília. Está na hora de as sete cidades mostrarem a força que têm quando, reunidas em uma mesma bancada, resolvem falar em uníssono.