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No Grande ABC, a cada dez pacientes com Monkeypox, nove são homens

Transmissão da doença por contato íntimo ou sexual pode ser o principal fator, explica infectologista

Thainá Lana
05/10/2022 | 08:28
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Cynthia S. Goldsmith/Agência Brasil


Os homens são a maioria entre os infectados pela monkeypox (varíola dos macacos) nas cidades do Grande ABC. O público masculino representa 91% dos casos – a cada dez pacientes contaminados nove são homens. Até ontem, foram registrados 205 casos da doença nos sete municípios, sendo que 186 ocorrências acometeram o público masculino e apenas 19 casos foram registrados entre as mulheres.

O perfil de contaminados na região segue tendências estadual e nacional. Em São Paulo, segundo a Central Cievs, plataforma da Secretaria de Estado da Saúde, 92% dos pacientes infectados pela doença são homens, entre 30 e 34 anos.

Na primeira quinzena de agosto, o Ministério da Saúde realizou levantamento sobre o perfil dos pacientes e, a maioria dos casos identificados no Brasil ocorreram entre o público masculino. Dos 2.219 pacientes confirmados com a doença na época, 95% eram pessoas do sexo masculino, com média de idade de 36 anos. A transmissão da monkeypox por relação íntima ou sexual entre homens pode ser um dos principais motivos para alta de casos entre o grupo masculino, conforme aponta José Ribamar Branco, infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente).

O especialista esclarece ainda que o contágio ocorre apenas entre pessoas, sem relação alguma com animais, e a transmissão da doença acontece por fluidos corporais. “O atual surto da monkeypox pode ser classificado de forma mais benigna da doença, ou seja, não apresenta caráter grave ou não causa danos fatais, a não ser se o paciente possua comorbidades. O isolamento de três a quatro semanas dos infectados pode diminuir significativamente a transmissão do vírus”, alerta.

Conhecida pelas lesões na pele, a monkeypox também apresenta outros sintomas no paciente contaminado. Segundo dados da Central Cievs, a febre é o principal indício da doença, seguida por adenomegalia (inchaço nas glândulas), dores musculares, fraqueza, dor de cabeça e dor nas costas.

CENÁRIO NA REGIÃO

Dos 205 pacientes infectados pela monkeypox no Grande ABC, 170 pessoas já estão curadas da doença e 35 seguem em isolamento domiciliar acompanhadas pelos órgãos de saúde dos municípios. No Estado, até ontem, foram contabilizados 3.774 casos e os dados mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Saúde mostram que o País tinha 7.869 casos confirmados até dia 30 de setembro.

Até o momento, o País registrou três óbitos em decorrência da monkeypox, sendo duas mortes confirmadas no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais. A Secretaria de Saúde do Rio informou ontem que o segundo óbito do Estado foi de um homem de 31 anos que estava internado há um mês. Segundo a pasta, o paciente possuía baixa imunidade e comorbidades, assim como as outras duas vítimas, que também eram do sexo masculino.

 

Há 102 dias, Grande ABC registrava primeiro infectado

Há 102 dias, em 25 de junho, Santo André confirmava o primeiro caso de monkeypox (varíola dos macacos) na região. Na época, o paciente de 36 anos apresentou os primeiros sintomas da doença após retornar de viagem à Europa e testou positivo para o vírus em hospital privado na Capital.

O segundo registro ocorreu no mês seguinte, em 4 de julho, em São Bernardo, com um paciente sem histórico de viagem ao exterior, como os demais casos confirmados na época.

O pico da doença na região, com maior aumento ocorrências de uma semana para outra, foi registrado no dia 21 de julho, quando houve aumento de 120% no número de casos.

Já a primeira criança contaminada pela monkeypox no Grande ABC foi em Mauá, no dia 20 de agosto. O paciente era um menino de 13 anos que foi diagnosticado com a doença em um hospital particular de Ribeirão Pires e seguiu em isolamento domiciliar até receber alta médica.

Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra foram as últimas cidades da região a registrarem casos de mokeypox. Após 68 dias do primeiro caso, todos os municípios do Grande ABC contabilizaram pela primeira vez, em 1° de setembro, pacientes infectados.

Desde do início do balanço da doença, Santo André e São Bernardo aparecem entre as primeiras cidades do Estado com maior número de casos.

Até ontem, os dois municípios, ao lado de Diadema, figuravam entre as dez cidades com maior número de pacientes infectados em São Paulo. 




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