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Chega o Bororó. Sozinho, mas confiante. Descobre Paranapiacaba. Faz a vida em Santo André.

Falamos de Elesbão Garcia Leal. Com disciplina, ele conquista tudo o que buscou, menos conhecer a França.

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
01/10/2022 | 00:06
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Para ir à França, Elesbão aprendeu o francês no cotidiano da firma onde se formou, a francesa Rhodia. Antes disto, trabalhou, jogou futebol, constituiu uma linda família, fez política, viveu verdadeiro rosário, sintetizado pelo filho caçula e nosso novo colaborador, também Elesbão. Fala, amigo!

E o sonho acabou...

Texto: Elesbão Garcia Leal

Elesbão da Silva Leal, meu pai, nasceu em 27 de outubro de 1910, dia do Santo Elesbão, em Corumbá, hoje Mato Grosso do Sul. Era filho de Quintino Garcia Leal (índio Bororó) e Catarina Garcia Leal (índia terena). Ficou órfão aos 16 anos. Era o caçula de 11 irmãos.

PARANAPIACABA

Em 1926 veio sozinho para Santo André. Fez uma cabana de sapé em Paranapiacaba. Cortava lenha.

FAZENDA DA JUTA

Em 1928 transferiu-se para a Fazenda da Juta, no atual Parque Novo Oratório. Tinha o equivalente ao ginásio completo e foi admitido na fazenda como tratorista e apontador.

FUTEBOL

Em 1929 ajudou a fundar o Esporte Clube Palmeiras. Em 1930 participou da fundação do EC Parque das Nações. Chegou a jogar como semiprofissional no Atlético Santista.

RHODIA

Em 1933 foi admitido pela Rhodiaceta, no Centro de Santo André, como ajudante e motorista de caminhão.

FÓRUM

Permaneceu na Rhodiaceta até 1959, ano em que ingressa no Fórum de Santo André como oficial de justiça. Permaneceu no cargo até 27 de outubro de 1980.

FAMÍLIA

Casou-se em 1934 com Idalina Garcia Leal. Fixou-se na Rua Frei Caneca, no Bangu, onde moro até hoje. Meus pais tiveram quatro filhos: Olinda, Maria da Gloria, Jarbas Garcia e eu, Elesbão Garcia.

POLÍTICA

Na década de 1950, entrou para a política. Chegou a presidente do diretório do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), diretório de Santo André.

ADEUS

Três dias após aposentar-se, em 30 de outubro de 1980, falece Elesbão Garcia Leal. Não pôde realizar o sonho de conhecer a França como programado, por anos, aprendendo, inclusive, a falar o francês. Por isso, com lágrimas nos olhos, escrevo: o sonho acabou...

 

Crédito das fotos 1 e 2 – Álbum pessoal

SEMPRE O FUTEBOL. Campo do Rhodia, na Avenida dos Estados, onde hoje funciona um Carrefour. EC Palmeiras, campeão. Elesbão é o terceiro jogador a partir da direita; o menino com a bola é seu filho, Jarbas, hoje com 84 anos; no retrato 3 x 4 da sua carteira profissional, Elesbão em 1933

NAS ONDAS DO RÁDIO

Arquivo de Memórias Musicais

  • Há 45 anos, em 1977, o Brasil aprovava a Lei do Divórcio, tema de diversas canções, a partir do sucesso de Oslain Galvão, em 1964: “Divórcio” (composição de Pepe Avila na versão de Benil Santos). Apresentação: José Clovis; produção: Solange Vieira Nolasco. Neste domingo, às 15h. Rádio ABC AM (1570).

Canta Itália 

  • Um pedacinho da velha bota nos ares do Grande ABC. Produção e apresentação: Marquitho Riotto. Quarta-feira, às 20h, com reapresentação no sábado, às 23h. Rádio ABC AM (1570).

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO

Domingo, 1º de outubro de 1972 – ano XV, edição 1960

MANCHETE – “Gigantes deitados”, crônica de Roterdan Cravo, um dos pseudônimos do jornalista Fausto Polesi, fundador e primeiro diretor de Redação do Diário.

Anacleto Campanella e Oswaldo Massei foram nocauteados por inimigos invisíveis que nunca foram aliados nem de um, nem de outro. Caíram no tablado da vida e os seus “segundos” fazem esforços para recuperá-los, enquanto que os assistentes, que formaram em outras épocas grupos distintos e irreconciliáveis, se unem no mesmo sentimento de solidarie4dade com o que procuram ajudar os seus heróis.

No fundo, Campanella e Massei são amigos. Não sei se este último visitou aquele, quando se registrou a primeira crise. Se não visitou, garanto que teve vontade. Como Campanella visitaria Massei, caso pudesse.

Uma coisa é certa: Campanella e Massei, adoentados, imobilizados, é quase que imobilizar a própria cidade.

NOTA DA MEMÓRIA – A crônica do Dr. Fausto é bem mais ampla e emotiva. Beto Silva, que escreve a biografia de Campanella, deveria publicar o texto por inteiro no livro em elaboração. Uma homenagem tríplice: aos dois ex-prefeitos de São Caetano e ao próprio Fausto Polesi, todos saudosos.

REVOLUÇÃO DE 32

84º dia: 30 de setembro

São Paulo só aceitará uma paz honrosa.

Era enorme a massa do povo que se aglomerava no triângulo (Centro histórico paulistano) quando surgiu grande multidão que, empunhando bandeiras, dava vivas a São Paulo e à Revolução.

Cf. manchete e notícia do Estadão, edição de 1-10-1932, no primeiro dia em que se negociava o armistício pelo fim da chamada revolução paulista.

O outro lado

  • Do diário de Getúlio Vargas: os emissários rebeldes (leia-se paulistas) recusaram-se a assinar o convênio militar proposto pelo general Góis.

As operações militares estão um tanto enguiçadas.

NOTA – Góis Monteiro comandou as tropas federais durante a Revolução de 1932.

HOJE

  • Dia do vendedor
  • Dia do Idoso 
  • Dia do Vereador

SANTOS DO DIA

  • Teresinha do Menino Jesus: Teresa de Lisieux.
  • Remígio de Reims 
  • Nicécio de Tréveris
  • Bavão

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Vinte cidades aniversariam em 1º de outubro, entre as quais: Brejo do Cruz (PB), Campos Belos (GO), Carnaubeira da Penha (PE), Couto Magalhães (TO), Guaraciaba (SC), Juazeiro do Piauí (PI), Magalhães de Almeida (MA) e São Brás (AL).




Comentários

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