Trazem algum alento à sociedade as estatísticas divulgadas ontem (26) pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) sobre as atividades policiais no Grande ABC em agosto. Comparados com os do mês imediatamente anterior, todos os dados relativos às principais ocorrências reduziram. Homicídios tiveram queda de 25%. É evidente que a violência ainda é sistemática nas sete cidades, o que impede qualquer celebração no momento. O governo paulista ainda precisa trabalhar bastante, especialmente no âmbito da inteligência, para devolver a sensação de tranquilidade aos moradores. Mas está no caminho certo.

O importante é que as autoridades paulistas sigam alertas, para que a tendência de queda nos indicadores de agosto se consolide nos próximos meses. Altos e baixos nas estatísticas geram desconfiança na população. Após tanta violência, só a manutenção do viés de baixa por período acentuado conseguirá fazer com que a sociedade comece a se sentir mais segura. Daí a necessidade de as autoridades consolidarem o que tem dado resultado.

Ao comentar as razões que levaram à diminuição das ocorrências em agosto, o diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), Luis Augusto Castilho Storni, apontou a prisão de quadrilhas especializadas em roubos de veículos e furtos a agências bancárias. O histórico de uma delas, agora retirada das ruas, continha nada menos que 14 ações.

Investir nos serviços de inteligência para desbaratar o crime organizado foi a aposta de todos os países que enquadraram os índices de violência em parâmetros aceitáveis. Faz tempo que este Diário utiliza este espaço para concitar os agentes do Estado a priorizar os departamentos de investigação e interceptação das forças de segurança. Fazer de outro modo equivale à inglória tarefa de enxugar gelo. Não adianta o comando da SSP focar no policiamento ostensivo para reduzir a violência, a menos que haja contingente suficiente para alocar um soldado da Polícia Militar em cada uma das esquinas das 645 cidades de São Paulo.