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Justiça enquadra a Enel
Do Diário do Grande ABC
26/09/2022 | 08:37
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Paciência tem limites. E a do consumidor de energia elétrica no Grande ABC parece ter chegado ao fim. Cansados de aguardar alguma decisão das agências de regulação das concessionárias que exploram a distribuição de força e luz ou dos agentes políticos que deveriam fiscalizar os serviços, os clientes da Enel nas sete cidades passaram a ir à justiça contra os desmandos e o descaso da multinacional italiana. As afrontas cometidas pela companhia são tamanhas que os juízes têm, com frequência, dado razão aos reclamantes. Não é para menos. As páginas deste Diário estão recheadas de exemplos do mau trabalho prestado pela empresa na região.

Levantamento realizado pelo editor de Setecidades, Heitor Mazzoco, mostra que a Enel foi condenada 139 vezes apenas neste ano por falhas de ligação, cobrança indevida, demora em atendimento e danos morais nas sete cidades. Das 139 decisões de primeira instância registradas de janeiro até o dia 22 de setembro, 68 foram julgadas procedentes e 71 parcialmente procedentes, segundo dados obtidos nos arquivos do TJ-SP (Tribunal de justiça do Estado de São Paulo). Em uma das sentenças desfavoráveis, por exemplo, em processo movido por padaria de São Bernardo, a empresa foi obrigada a cancelar conta irregular no valor de R$ 80 mil.

A própria concessionária parece ter consciência da insatisfação popular que seus péssimos serviços causam. Tanto que desenvolveu, conforme explicou candidamente ao jornal, políticas internas e cultura de "realização de acordos para a solução dos conflitos judiciais". Ora, ora. Em vez de investir recursos materiais e humanos para mitigar divergências com os consumidores, a companhia italiana deveria gastar tempo e dinheiro no aprimoramento de seus serviços, a ponto de não haver mais razão para litígios. Ou não?

Como se vê, nem mesmo a justiça consegue conter a Enel. O que será preciso fazer mais para que o morador do Grande ABC tenha força e luz com um mínimo de qualidade? Eis pergunta dificílima de se responder até agora.




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