Setecidades Titulo Memória
Se chamava Vila Esperança. A linha de ônibus dos Gamba. A primeira de Santo André. Numa história em construção.

Lá vem a jardineira da Vila Assunção. Ela percorre as primeiras vias urbanas de Santo André. Todos se conhecem, motorista e passageiros. Eles acreditaram na cidade, que ajudaram a construir.

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
18/09/2022 | 00:05
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Na história dos transportes coletivos do Grande ABC, a presença da família Gamba. Emílio Gamba e o filho Virgílio Gamba criaram a Empresa Auto-ônibus Vila Esperança, a primeira linha do então Distrito de Santo André, conforme assinala o “Álbum de São Bernardo”, de João Netto Caldeira, escrito em 1936 e lançado em 1937.

Segundo a publicação, a empresa dos Gamba possuía três carros confortáveis, “dispondo de lotação para 22 passageiros e fazendo viagens com rigorosa pontualidade”.

A linha interligava a Vila Assunção, onde os Gamba moravam, à Estação de Santo André. O percurso era dividido em duas seções, cobrando-se 300 réis pela primeira e 400 réis pela viagem completa.

TÚNEL DO TEMPO

Era 1936, 1937. Oitenta e cinco anos depois, Maria Teresa Monegatto, neta de Virgílio Gamba, bisneta de Emílio Gamba, oferece à “Memória” uma série de documentos da família. Entre os documentos, um recorte desta página Memória, em que o jornalista Hildebrando Pafundi, que foi vizinho dos Gamba, falou desta linha de ônibus pioneira.

Quem guardou o recorte foi dona Lucia, filha de Virgílio Gamba e mãe de Maria Teresa.

VIRGÍLIO GAMBA

(São João da Boa Vista, 19-3-1898 - Santo André, 30-1-1961).

Filiação: Emilio Gamba e Maria Guilardi

Esposa: Teresa Delboni

Filhos: Armando, Lourdes, Lucia, José, Luiz e Álvaro.

Residência: Praça Almeida Junior, 43

Profissão: motorista profissional.

DOIS LARGOS

Recorremos ao texto de Hildebrando Pafundi de anos atrás.

Título: “Vila Assunção, sonho e realidade”.

Pafundi escreveu:

  • A princípio residíamos na atual Praça Almeida Junior, que na época era mais conhecida como Segundo Largo, em uma vila de casas térreas, de propriedade do Armando Gamba, que foi proprietário da primeira empresa de ônibus que fazia a linha Vila Assunção/Estação.
  • O Primeiro Largo ou Largo do Cruzeiro, era a atual Praça Assunção ou Assumpção, na grafia mais antiga.
  • As duas praças são interligadas pela Avenida Doutor Antonio Álvaro.

 ASSIM...

...vai-se escrevendo a fascinante história de Santo André, compondo a belíssima história do Grande ABC

  

Crédito das fotos 1, 2 e 3 – Acervo: Maria Teresa Monegatto

CONSTRUÇÃO. A carteira de motorista de Virgílio Gamba e dois momentos da empresa familiar, com uma das antigas jardineiras e o ônibus mais moderno que apontava para Rudge Ramos, até a Vila Império. Nesta segunda foto, dois nomes identificados: Josué Monegatto (ao centro, pai de Maria Teresa) e, à direita, Osvaldo Gamba, o caçula do casal Virgílio/Teresa 

INDEPENDÊNCIA – 5ª oração

Da série de trabalhos sobre o bicentenário da Independência do Brasil, uma sexta oração nascida na Escola Celso Gama, de Santo André, e recitada em 9 de setembro junto ao Cruzeiro da Independência, na Vila Assunção.

Para ler em forma de pagode, ou rap ou funk. A escolha é sua, leitor...

Depois de nós é nós de novo

Pietro Matheus Rodrigues 

Brasil, país dos correria 

Que anda a mil 

Isso que nós têm só 500 anos. 

No decorrer da história as coisas foram mudando 

Mas quem diria que tanto? 

Mó loucura esse nosso brasilzão. 

Às vezes somos deixados de canto 

Mas nunca pelas nossas mãos. 

Por muito tempo nós já sofreu 

Mas quem disse que nosso povo se vendeu? 

Ditadura militar, dividas externas, inflação 

Mas o nosso povo segue firmão 

Daquele jeito, naquele pique, ôôô diacho. 

Tem nosso samba 

Nosso pagode 

Nosso rap 

Nosso funk 

Tudo nosso, nada deles.

Depois de nós é nós de novo. 

Mas tem hora que bate mó neurose. 

200 anos de Independência, pô, mó sorte! 

Nós foi colonizado, invadido, roubado, destruído mas se for parar pra ver, nosso povo, mesmo ferido, segue sorrindo. 

Isso é motivo pra felicidade? 

Pra mim não. 

Se o passado fosse outro, nosso futuro tava em melhor condição.

Mas, e aí? 

Fazer o que? 

Agora já foi.

Por isso que o povo pobre tem que correr por dois 

Sem amparo, sem tecnologia, sem investimento na educação. 

Nós têm que correr por nós mesmos. 

E mais um milhão. 

Mas mesmo nessa situação, 

Eu ainda amo nosso brasilzão. 

Feliz 200 anos de Independência 

Para mim e pra você, irmão. 

E segue daquele jeitão 

Um dia atrás do outro 

Sem muita enrolação. 

Vâmo que vâmo 

Nosso destino é traçado por nossas próprias mãos. 

Crédito da foto 4 – Projeto Memória

BRASILZÃO. Aluno Pietro: “povo pobre tem que correr por dois”

SANTOS DO DIA 

  • Nossa Senhora da Defesa
  • José de Cupertino
  • Metódio de Olimpos
  • Ricardo da Suábia
  • Sequência do tríduo a Nossa Senhora da Salete, na Vila Helena, em Santo André: Rua das Hortênsias, 45, seguida de quermesse.

REVOLUÇÃO DE 32

71º dia: 17 de setembro

A brilhante atividade das forças constitucionalistas.

Cf. manchete do Estadão, edição de 18-9-1932.

O outro lado

Do Diário de Getúlio Vargas: os rebeldes continuam a retirada na frente de leste: entregam Lorena e já estão evacuando Guaratinguetá.

HOJE

  • Dia Nacional da TV 
  • Dia dos Símbolos Nacionais



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