O lamentável episódio de violência ocorrido ontem (14) pela manhã em escola de Mauá, onde estudante de 16 anos atacou com uma faca um colega de 15 após desentendimento, expõe a fragilidade da segurança em ambientes estudantis do Grande ABC. A falta de estrutura capaz de garantir a integridade do corpo discente é uma das principais preocupações de pais e responsáveis, situação que está a exigir mobilização das autoridades. Não é de hoje que a região assiste, inerte, a ocorrências trágicas nas salas de aula ou pátios de colégios sem que apresente solução para o problema. Até quando?

Compreende-se, evidentemente, a dificuldade das autoridades de lidar com a questão, especialmente devido ao caráter da imprevisibilidade de acontecimentos deste tipo. Ninguém pode adivinhar quando um aluno, por motivos que guarda só para si, vai levar uma arma à escola com a intenção de agredir um colega, um professor ou um funcionário. Exatamente por ter de superar tais obstáculos é que os programas antiviolência em empreendimentos educativos devem focar o comportamento coletivo e não o do indivíduo. Conscientizar em vez de impor medidas restritivas.

Infelizmente a necessidade de se estabelecer ambiente mais harmônico nas escolas só é debatido no período imediatamente posterior ao registro de tragédias. Como o episódio que consternou a Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá, em São Caetano. Em 22 de setembro de 2011, utilizando a arma do pai, um aluno de 10 anos atirou contra uma professora, que sobreviveu ao atentado, e, na sequência, suicidou-se. Descobriu-se, depois, que o estudante sofria bulliyng.

Onze anos depois, sem que nada tenha mudado, a mauaense EE Therezinha Sartori traz novamente à tona a necessidade de se discutir maneiras de reduzir a violência nas escolas. Que desta vez o caso não caia no esquecimento antes que educadores e autoridades consigam achar maneira de melhorar o ambiente estudantil, de modo que todos possam aprender com segurança e tranquilidade.