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Importação de peças aumenta 53%
Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
10/04/2008 | 07:05
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Enquanto as exportações do setor de autopeças avançaram 26,6% no primeiro bimestre do ano, alcançando o valor de US$ 1,52 bilhão, as importações tiveram aumento de 53,1% atingindo US$ 1,856 bilhão, ou seja, o déficit do setor foi de US$ 336 milhões. A informação vem do levantamento do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).

 O câmbio desfavorável, com dólar enfraquecido, é a principal explicação para o déficit registrado no período. Se as exportações ainda apresentam crescimento, é por causa de contratos antigos que as empresas brasileiras têm de cumprir para não perderem mercado conquistado a duras penas.

 Segundo o gerente de marketing da MTE Thomson, fabricante de sensores e interruptores para temperatura e injeção eletrônica de São Bernardo, Alfredo Bastos, as vendas de autopeças para o Exterior ainda apresentam elevação por conta da alta produtividade da indústria nacional e também pela capacidade de negociação dos empresários.

 “Para compensar o dólar fraco, é preciso melhorar a produtividade, ou seja, produzir com o mínimo possível de custos. Ou seja, se conseguimos aumentar nossas vendas para o Exterior apesar do câmbio é por pura competência”, explicou.

 “Outra questão é a capacidade de negociar em dólar. Vamos pegar a Vale como exemplo. Ela conseguiu negociar o aumento em 62% do valor do minério. A indústria exportadora como um todo tenta fazer isso”, completou Bastos.

 O problema é que a rentabilidade não aumenta. Ou seja, as empresas passam a trabalhar com uma margem de lucro muito baixa sem contar que reduções de custos e negociações têm limite.

 “Isso é um problema. Até que ponto é possível ir enxugando? Se o dólar continuar caindo a indústria brasileira será penalizada. ficará tão barato comprar de fora que não valerá a pena produzir aqui.”

 Para Bastos, a solução passa por uma reforma tributária e por investimento em infraestrutura. “Nossa indústria é competitiva. Precisamos apenas atuar dentro de regras iguais as dos nossos concorrentes”.



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