Política Titulo
Heloísa defende gastos
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
04/09/2006 | 23:03
Compartilhar notícia


Empolgada com a receptividade do povo paulista, a senadora Heloísa Helena (Psol) abriu segunda-feira a série de sabatinas com presidenciáveis no Teatro Folha destoando do discurso dos políticos que pregam a redução de gastos públicos. “Prego a redução do que viabiliza interesses de banqueiros e especuladores. No entanto, é preciso ter mais investimentos em educação, saúde, segurança, habitação e geração de emprego e renda”, avalia.

Sem abandonar seu jeito impositivo e sem papas na língua, a senadora arrancou risos da platéia em suas respostas. Culpou a política de juros do governo federal que, segundo ela, “tem determinado a irresponsabilidade fiscal e o desequilíbrio das contas públicas”. E aproveitou para reafirmar a sua intenção de reduzir pela metade a taxa de juros do país, atualmente em quase 15%.

A socialista classificou o PT – seu antigo partido – de “ferramenta do triunfo neoliberal” e criticou seu hoje adversário Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, não respondeu se a administração petista teve algum acerto nestes quase quatro anos à frente do Brasil porque, segundo ela, “o governo Lula é um continuismo da política implementada por FHC (o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso).”

Católica, Heloísa Helena disse ser favorável à união civil entre homossexuais. “Respeito todas as formas de amor. Se duas pessoas do mesmo sexo vivem juntas e conseguiram construir um patrimônio, é inaceitável e injusto que uma delas seja impedida de se beneficiar disso após a morte da outra. É um falso moralismo”, ressaltou.

Mostrou-se contrária ao aborto e à pena de morte, e fez questão de elucidar que o posicionamento em nada tinha a ver com sua religião. “É uma questão de concepção. Tem a ver com a minha consciência e espiritualidade. Não tem nada a ver com voto da Igreja, não tô nem aí”, explicou. Disse, ainda, não estar convencida de que a discriminalização das drogas seja benéfica para a sociedade.

Outro assunto polêmico foi com relação à porcentagem de cotas para alunos da rede pública nas universidades, que também contemplaria os afrodescendentes. “Todas as políticas afirmativas têm uma razão para existir. Elas aumentam a possibilidade de inclusão”, explicou.

Ressaltou ter “muitas dúvidas” quanto ao voto obrigatório, mas não criticou o voto nulo. Apesar de respeitar a decisão, acredita que eleitores que optam por essa alternativa favorecem quem está no poder e tem a máquina pública nas mãos. “Não vou legislar em causa própria falando para votarem em mim, mas votar nulo é melhor do que legitimar o banditismo político”, sentenciou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;