Política Titulo Após decisão da Justiça
Câmara de São Caetano estreia sistema eletrônico

Decisão ocorre após Justiça determinar suspensão de contrato, mas Legislativo não foi notificado

Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
03/08/2022 | 08:00
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André Henriques/DGABC


Sem ser notificada pela Justiça, a Câmara Municipal de São Caetano estreou ontemo novo sistema eletrônico de votação para as sessões legislativas. A decisão ocorre seis dias após o juiz Dagoberto Jerônimo da Silva, da 5ª Vara Cível de São Caetano, conceder liminar suspendendo a licitação para a contratação de uma empresa especializada no fornecimento do sistema para a realização das sessões. O contrato, realizado entre o Legislativo e a empresa Alvaro Guilherme Groth-Me, também foi suspenso. A expectativa é que a Casa de Leis seja notificada da decisão judicial nos próximos dias. Até lá, a utilização do sistema e do painel eletrônico está permitida.

O vereador Jander Lira (PSD) disse que a Câmara tomou conhecimento da decisão do magistrado após publicação de reportagem do Diário, na edição de ontem. Segundo ele, o presidente da Câmara, Tite Campanella (Cidadania), que assinou o contrato com a empresa. garantiu que o novo formato será utilizado até que haja o recebimento da notificação. “Ele nos garantiu não haver irregularidades e disse que nós continuaremos usando até que a Justiça não permita mais", contou Jander.

Questionado pela reportagem, Tite Campanella disse, ao fim da sessão, que “essa decisão (da Justiça) está errada”, sem revelar qual seria o equívoco do juiz, na avaliação dele. Ao ser novamente indagado, não quis mais dar esclarecimentos.

Antes da votação, o presidente da Câmara anunciou o novo sistema eletrônico aos colegas vereadores. “O objetivo é ter mais transparência e agilidade na votação”, falou Tite aos presentes durante a sessão. Antes, as votações eram feitas por meio de cédulas de papel.

O vereador Matheus Gianello (PL) demonstrou ser favorável à contratação da empresa. “Não teremos mais o problema de ficar sem saber quem levantou ou não a mão e também podemos economizar papel e ser mais sustentáveis”, afirmou.

A licitação promovida pela Câmara de São Caetano para a contratação da empresa especializada foi suspensa no dia 27 de julho. Na segunda-feira, o magistrado deu cinco dias para que o oficial de justiça pudesse notificar o Legislativo. O processo licitatório foi realizado no dia 16 de maio e o contrato no dia 23 do mesmo mês. Só que, dias depois, a Câmara publicou um termo aditivo alterando o início do contrato para 22 de junho, com duração de um ano, até 21 de julho de 2023, sem explicar as razões da mudança.

O pedido de liminar foi obtido pela Agilize Soluções, que ficou em segundo lugar na disputa. A empresa afirmou ter melhores condições técnicas para cumprir às exigências da Câmara. “A Agilize entende que tem mais capacidade técnica para prestar os serviços do que a empresa que ganhou a licitação, e ingressou no judiciário pois o processo licitatório não foi conclusivo nesse sentido”, relatou a Agilizae, em nota assinada pelo advogado Conrado Orsatti.

O Diário procurou a Alvaro Guilherme Groth-ME, que não respondeu. 




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