O bairro Valparaíso, em Santo André, esconde tesouros a serem desbravados por estudantes da cidade. Pelo acesso da Rua Anacleto Popote, crianças e jovens iniciam jornada de novos conhecimentos sobre a fauna, a flora e sua preservação na Emea (Escola Municipal de Educação Ambiental) Parque Tangará – Parque Escola. As atividades desenvolvidas pela Prefeitura dentro deste espaço verde de 50 mil m² ganharam projeção internacional. O projeto pedagógico da Emea está entre os dez melhores do mundo, prêmio concedido pela Associação Internacional das Cidades Educadoras.

A experiência andreense é destaque entre 65 iniciativas na área da educação promovidas em sete países. No Brasil, além de Santo André, estão na lista das dez melhores práticas educacionais São Paulo (Capital), e Horizonte, no Ceará. Em território internacional, Rosário, na Argentina, Barcelona, na Espanha, e Lourdes, Portugal, aparecem entre as vencedoras da premiação deste ano, que será entregue em outubro, durante congresso na Coreia do Sul.

Isac Araújo dos Santos, 10 anos, da Escola Municipal Camilo Peduti, no Jardim Utinga, está entre os 45 mil estudantes da rede municipal de Santo André que têm a Emea Parque Tangará disponível nos roteiros de visitações pedagógicas. “Eu nunca tinha vindo aqui. Tem bastante animais. Está sendo uma experiência única. Fiquei olhando um pouquinho os peixes, olhei um pouquinho as aranhas, também. Foi muito legal”, contou.

Entre as atividades que Isac mais gostou está a oficina de papel reciclável, um dos mais de 25 atrativos do Parque Escola do Valparaíso. “Esta é uma imersão em educação ambiental, em experiências que também são desenvolvidas em sala de aula, mas que aqui eles aprendem na prática. O aluno pode fazer tinta de terra, ter o contato com a natureza, fazer a observação de pássaros lá em cima, no deck. São diversas modalidades e temas abordados”, explicou a gerente de projetos educacionais da Secretaria de Educação de Santo André, Silvia Regina Ziantônio Morisco. O roteiro é selecionado pelo professor da rede, de acordo com as temáticas trabalhadas em sala de aula.

A bióloga responsável pela Emea Parque Tangará, Úrsula Passos de Lima Leite, destacou que os animais fazem sucesso com os visitantes. “Tem o bicho-pau, que as crianças gostam bastante. Já para as turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos), a sala das memórias é o espaço preferido, porque remete à infância deles”, disse. 

Bromeliário, cactário, composteira, horta orgânica e pomar, sala dos invertebrados, sala dos polinizadores, horto medicinal, plantas carnívoras, estufa de mudas, oca indígena e deck de observação estão entre os espaços explorados pelos estudantes. Durante a pandemia do coronavírus, as atividades presenciais foram temporariamente suspensas. Neste período, a Emea criou revista, nas versões digital e impressa, com dicas e conteúdos pedagógicos para apoio aos docentes da rede municipal, que também contam com formações dentro do Parque Tangará. 

A professora da turma de Isac, Licia Moreira Gomes, comentou a importância da atividade para o desenvolvimento dos alunos. “A espontaneidade deles é nítida. Aqui eles podem experimentar sensações de estar nesse ambiente de área verde indescritível. Isso tudo enriquece o aprendizado e eles vão levar para toda a vida”.

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