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Roubos e furtos de SUVs crescem no Grande ABC

Das dez cidades com maiores números de delitos no Estado, cinco são da região; ocorrências dessa categoria tiveram aumento de 215% em um ano

Thainá Lana
15/07/2022 | 09:05
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André Henriques/DGABC


Motoristas que dirigem SUVs (Sport Utility Vehicle – veículo utilitário esportivo, na tradução livre) estão em estado de alerta no Grande ABC. A sensação de insegurança ocorre por conta do expressivo aumento de roubos e furtos dessa categoria no último ano. Das dez cidades com maiores números de delitos no Estado, cinco são da região: Santo André (2°), São Bernardo (3°), Mauá (4°), Diadema (7°) e São Caetano (8°) integram o ranking. (Veja tabela abaixo).

Segundo levantamento realizado pelo boletim Tracker-Fecap, o número de delitos desta natureza cresceu 215% em apenas um ano. Em 2021 ocorreram 97 roubos e furtos de SUVs em seis cidades, enquanto no mesmo período deste ano foram 306 – Rio Grande da Serra não registrou nenhuma ocorrência do tipo nos dois anos.

A região teve por mês 76 ocorrências apenas desta categoria de veículo. Entre os modelos mais roubados ou furtados no Estado neste ano estão: Honda HR-V, Volkswagen T-Cross, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Jeep Compass e Nissan Kicks.

O coordenador do centro de operações do Grupo Tracker, empresa de rastreamento e monitoramento de veículos, Vitor Corrêa, explica que o aumento de delitos ocorreu por conta da alta demanda dos motoristas pela categoria, além do alto custo das peças do carro, por se tratar de modelo de luxuoso. “Os motoristas estão dando preferência a essa categoria e consequentemente a exposição nas vias aumenta. Dos casos investigados pelo Grupo Tracker, mais de 90% dos veículos roubados ou furtados vão parar em desmanches. Outra possibilidade também é para revenda do carro, bem abaixo do preço, em outro País, como o Paraguai, por exemplo”, pontuou Corrêa.

Fora da categoria, o coordenador esclarece que os modelos mais populares, como Fox, Volkswagen Up, Fiat Uno, Corsa, Chevrolet Onix, entre outros, estão entre os mais roubados ou furtados no Estado. “Com envelhecimento da frota, os carros precisam repor as peças e é essa etapa que alimenta os desmanches”, finaliza.

OUTROS MODELOS

Além da categoria de SUVs, a região têm registrado desde o início do ano aumento gradativo de roubos e furtos de veículos de todos os modelos. O mês de maio registrou o maior número de ocorrências de 2022, com 575 roubos de veículos contra 436 ocorrências em abril – aumento de 32%. Segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), foram furtados 890 veículos em maio contra 863 em abril. São Bernardo, com 196, é a cidade com mais registros de roubos e Santo André, com 449, é o município onde ocorrem mais furtos de veículos na região.

Crimes contra o patrimônio, principalmente de veículos, segue crescendo mensalmente na região, mesmo com aumento de operações policiais para coibir a prática e de reforço policial destinado para as sete cidades. Para o secretário geral do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Alexandre Zakir, a alta taxa de delitos continua expressiva porque não é realizado o combate na origem do crime.

“O efetivo nas vias traz sensação de segurança, mas não investiga a raiz do problema, que deve ser feita com trabalho investigativo e não apenas preventivo, como ocorre com a Polícia Militar. Esse trabalho também é necessário para manter a segurança na sociedade, mas não elimina a origem do crime. No caso de roubos e furtos de veículos é preciso investigar a ação de quadrilhas organizadas que fazem desmanche ou que levam o carro para outra países, além de outras frentes da criminalidade”, pontua.

O secretário reforça que a falta de planejamento e investigação na Polícia Civil contribui para evasão de agentes. “Não tem segredo, é preciso investigar as práticas criminosas para tentar acabar efetivamente com os delitos, porém, a estrutura da investigação está cada vez mais defasada. O policial possui baixa remuneração, não tem plano de carreira e, por isso os agentes migram para outras áreas. O efetivo poderia ser muito mais bem aproveitado”, finaliza. 




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