Economia Titulo Consumo
Valor da cesta básica no Grande ABC sobe e já custa 93% do salário mínimo

Puxado por sabão em barra e leite, preço atinge R$ 1.129,46 na região

Beatriz Mirelle
Especial para o Diário
06/07/2022 | 08:18
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Celso Luiz/DGABC


A cesta básica chegou a custar R$ 1.129,46 em junho no Grande ABC. Em relação a maio, o total de 34 itens registrou alta de 4,89%, somando mais R$ 52,63 na conta final do consumidor. O valor representa 93,18% do salário mínimo do Brasil, em R$ 1.212.

Entre as altas, o preço médio do litro do leite longa vida fechou em R$ 6,08 na região e chamou atenção da população ao indicar acréscimo de 32,37% no comparativo com o último mês, de acordo com a pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

O levantamento acompanha 34 mercadorias de consumo básico nos principais supermercados das sete cidades, exceto Rio Grande da Serra. O estudo se baseia na despesa mensal de uma família de quatro pessoas, composta por dois adultos e duas crianças.

O superintendente da Craisa, Reinaldo Messias, observa que a entressafra, intervalo entre o fim e o início de outra lavoura, é uma das grandes justificativas para aumento verificado no leite, frango (16,84%) e acém (1,92%). “As rações estão caras e, em período de estiagem, o gado come mais. Com isso, há aumento na quantidade de insumos para produzir o mesmo volume de leite, por exemplo.” Ele também destaca a pressão inflacionária e os reajustes nos combustíveis. “A inflação corrói o poder de compra do consumidor. A expectativa não é de retração porque as alterações no diesel serão contabilizadas nas próximas semanas.”

Nos últimos 12 meses, a inflação oficial, contabilizada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), acumulou alta de 11,73%.

No Grande ABC, todos os produtos de limpeza e higiene tiveram elevação em junho. Foram analisados o sabão em barra (131,98%), sabão em pó (81,63%), creme dental (28,32%) e papel higiênico (15,81%), sabonete (6,87%), esponja de aço (4,91%).

A artesã Fernanda Souza, 33 anos, percebeu essas alterações ao registrar aumento de cerca de 30% nas despesas de junho. Para tentar poupar dinheiro, ela decidiu trocar alguns itens na cesta de mercado e diminuir o consumo de outros produtos. “Os legumes, verduras, hortifruti e produtos de limpeza estão bem caros. Consumo muito leite. Às vezes, deixo de almoçar para ter o café da tarde. Estou substituindo por chá ou suco, mas não é a mesma coisa”, diz a moradora do Jardim do Estádio, em Santo André.

Por outro lado, Fernanda notou queda no valor do açúcar, que teve retração de 5,55%, segundo a Craisa. Acompanhando as reduções mais expressivas estão a batata (-46,79%), cebola (32,25%) e tomate (-29,71%).

Messias alerta para o crescimento do frete e, consequentemente, o repasse ao consumidor. “Nesses momentos, é fundamental ficar atento às promoções e pesquisar os preços em mais de um estabelecimento.” 




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