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Mortes no trânsito sobem 32% e voltam a patamar pré-pandemia

Entre janeiro e maio, houve na região 94 vitimas fatais, no mesmo período em 2021, 71, e, em 2029, 91

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
03/07/2022 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Depois de dois anos consecutivos de queda, o Grande ABC voltou a registrar crescimento no número de vítimas fatais em acidentes de trânsito. Entre janeiro e maio, a região teve 94 mortes em rodovias estaduais e vias municipais, alta de 32,3% em relação aos cinco primeiros meses de 2021, quando foram registrados 71 óbitos. Com a elevação, as cidades retornam ao patamar de mortalidade no trânsito registrado em 2019, período anterior ao início da pandemia do coronavírus. 

Entre janeiro e maio daquele ano, 91 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito. O número caiu 18,61% no mesmo período de 2020, que teve registradas 74 vítimas fatais em vias da região.

Os dados são do Infosiga SP, plataforma gerenciada pelo programa estadual Respeito à Vida. A análise regional não inclui Rio Grande da Serra, que não teve consulta de informações disponibilizada pela ferramenta (confira os dados dos municípios na tabela abaixo)

A queda está diretamente relacionada às restrições de circulação da população impostas para o controle da disseminação do coronavírus. É o que explica o sociólogo e consultor em segurança viária Eduardo Biavati. 

“Os dados mostram uma redução impressionante de acidentes fatais na pandemia, porque simplesmente as pessoas não saíram do lugar. Com o fim das restrições, voltamos a encontrar os nossos fantasmas”, disse. 

Entre janeiro e maio deste ano, o maior número de mortes no trânsito foi registrado em vias municipais, 72,2% dos casos, ou 68 ocorrências. Os óbitos por atropelamento são os mais frequentes no Grande ABC, com 37 ocorrencias, seguida de mortes em colisões entre veículos, que somam 30 casos.

O índice de mortalidade é mais elevado em ocorrências com motocicletas, em 41,4% dos acidentes, ou seja, 39 casos. Na sequência aparecem incidentes com pedestres (32 casos) acidentes com automóveis (14); bicicletas (quatro); ônibus (dois); caminhões (um); e outras causas não descritas (dois casos). 

As mortes têm maior incidência entre pessoas com idade entre 18 e 29 anos. Nessa faixa etária, nos cinco primeiros meses deste ano, os acidentes no sistema viário da região deixaram 30 vítimas fatais, 31,9% do total de óbitos registrados no período. 

“Na medida em que progressivamente as pessoas foram voltando ao trabalho, ao convívio social, vimos os números aumentando e faltaram campanhas (educativas). O crescimento das mortes reflete o comportamento das pessoas, que voltou a ser o que era antes da pandemia. Nesse período (de restrições), pouco foi feito para que essa conduta fosse revisada ou alterada”, considerou Biavati. 

Segundo o especialista, a redução da mobilidade durante a pandemia poderia ter sido melhor explorada por gestores públicos. “O período foi pouco aproveirato para o reposicionamento das políticas de segurança para o trânsito”, avaliou, destacando, entre as ações possíveis para a redução das mortes em acidentes, a redução de velocidade em vias e ampliação das medidas de fiscalização. 

PREVENÇÃO

Os municípios do Grande ABC promovem ações de conscientização e educação para o trânsito. Em Santo André, no mês passado, a Prefeitura ampliou as ações do Centro de Educação para Mobilidade, na Sabina Parque Escola do Conhecimento. Em São Caetano, alunos participam de projetos como o Na Pista Certa. 

São Bernado realiza atividades de conscientização para estudantes e também condutores, assim como a Prefeitura de Mauá, que inclui, entre os públicos de açoes educativas voltadas à segurança no trânsito, motociclistas que trabalham com entrega por aplicativo e servidores públicos. Ribeirão Pires conta com o Circuito de Mobilidade e ações lúdicas que percorrem escolas públicas na cidade, entre outras campanhas.




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