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Bancos de sangue da região operam abaixo da capacidade

Hemocentros recebem, em média, 180 doações por dia, número que equivale a apenas 64% do estoque

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
14/06/2022 | 00:01
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André Henriques/DGABC 6/5/22


As três unidades do Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue) do Grande ABC recebem, em média, 180 doações por dia. De acordo com a instituição, anualmente, são quase 65 mil bolsas coletadas, quantidade que representa apenas 64% da capacidade de estoque dos hemocentros da região, que é de até 100 mil doações por ano. O Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado hoje, chama a atenção da sociedade para a importância da doação, especialmente nos períodos de inverno, quando cai o movimento nos hemocentros.

Paulo Maurício Pereira, 61 anos, morador de Santo André, é doador há quase duas décadas. Inicialmente, doava sangue. Mais recentemente iniciou a doação de plaquetas, procedimento que dura por volta de duas horas para ser realizado e que exige exame dois dias antes da doação. 

“É como se fosse um remédio em nosso corpo que podemos dar a outra pessoa. Gostaria até de poder ajudar mais. É uma coisa que está aqui e que posso doar sem prejuízo nenhum, porque o nosso organismo tem grande capacidade de regeneração”, contou Paulo, que é representante comercial autônomo. 

Para ser doador, é necessário ter idade entre 16 e 69 anos, peso mínimo de 50 quilos e estar em bom estado de saúde. A primeira doação deve ser feita até 60 anos incompletos. “Um doador de sangue pode salvar de três a quatro vidas cada vez que doa. Nosso trabalho é de formiguinha. A gente colhe hoje para atender amanhã. Por isso nosso estoque continua sempre baixo na regional. Precisamos de doadores para atender os pacientes em internação”, explicou a gerente administrativa da regional do Grande ABC da Colsan, Solange Rios, que observou que o número de doações geralmente é mais baixo em dias de frio.

Nas primeiras horas de vida, Téo Marques dos Santos, que nasceu no dia 28 de maio desse ano, no Hospital Municipal de Diadema, precisou receber doação de plaquetas. Com o procedimento e os cuidados da equipe médica, o bebê, que permanece internado na unidade, sobreviveu. 

“Ele nasceu prematuro, com 37 semanas. Na primeira noite ficou roxinho e parou de respirar. A equipe levou ele para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), reanimou ele e fizeram exames. Verificaram que ele estava com baixo nível de plaquetas”, recordou Silvana Bueno Marques dos Santos, 41, mãe de Téo. “Sempre achei importante doar. Graças a Deus existem pessoas que fazem as doações, senão meu filho poderia ter morrido”, disse.

O sentimento de gratidão é compartilhado entre as pessoas que recebem e aqueles que doam. “É muito bom saber que posso ajudar. É fantástico. Fico muito feliz”, concluiu Paulo. 

No Grande ABC, há três unidades do Colsan: Hospital Mário Covas (Rua Dr. Henrique Calderazzo, 321, Paraíso, em Santo André), de segunda a sábado, das 7h30 às 15h; Hemocentro de São Bernardo (Rua Pedro Jacobucci, 440, no Jardim das Américas), de segunda a sábado, das 7h30 às 13h; e Núcleo Regional de Hemoterapia Doutor Aguinaldo Quaresma (Rua Peri, 361, Oswaldo Cruz, em São Caetano), de segunda a sábado, das 8h às 12h. Não há atendimento aos domingos e feriados. 

Para realizar a doação, é necessário fazer o agendamento pelo aplicativo Colsan, disponível nas versões Android ou IOS. O agendamento pode ser realizado, ainda, pelo site agendamento-colsan.doevidas.com.br/web.




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