Política Titulo Cúpula das Américas
Em encontro nos EUA, Joe Biden elogia Bolsonaro pela proteção da Amazônia

Na primeira reunião entre os dois, presidente dos Estados Unidos defendeu a democracia

09/06/2022 | 21:19
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Reprodução/TV Brasil


O encontro do presidente Jair Bolsonaro 9PL com Joe Biden nesta quinta-feira (9), o primeiro entre os dois líderes, teve a pauta ambiental e a democracia no Brasil como temas centrais. Biden defendeu as instituições do País e elogiou o governo pela proteção da Amazônia, enquanto Bolsonaro manteve sua retórica e afirmou que por vezes sente a soberania brasileira ameaçada quando o assunto é a Floresta.

A imprensa pôde acompanhar a abertura da reunião, momento em que os presidentes normalmente trocam rápidos cumprimentos. Biden fez um curto pronunciamento. "O Brasil é um lugar maravilhoso. Por sua democracia vibrante e inclusiva e instituições fortes, nossas nações são ligadas por profundos valores compartilhados", afirmou Biden. O americano também falou sobre a proteção da Amazônia, disse que o Brasil tem feito um bom trabalho para proteger a floresta e que defende que o resto do mundo ajude a financiar a proteção da área.

Também afirmou que já esteve no Brasil três vezes. A fala inicial do americano foi protocolar e durou cerca de um minuto e meio.

Já Bolsonaro fez um discurso longo para os padrões do momento, de mais de 6 minutos, no qual deu justificativas para três assuntos que preocupam os americanos: seu posicionamento sobre eleições brasileiras, a proteção da Amazônia e a relação com a Rússia. Ele não recuou, no entanto, na retórica que tem mantido no Brasil.

Sobre eleições, Bolsonaro falou que o País terá eleições livres, justas e que trabalha para que sejam auditadas. "Nós queremos, sim, eleições limpas, confiáveis e auditáveis", disse.

Antes do encontro, Bolsonaro disse que não faria comentários sobre as eleições americanas de 2020. Último líder do G-20 a cumprimentar Biden pela vitória contra Donald Trump, Bolsonaro repetidas vezes repetiu alegações do republicano que põem em dúvida a legitimidade da eleição de Biden. "Vocês sabem que eu tive um excelente relacionamento com o presidente Trump. Isso é passado", afirmou Bolsonaro antes da reunião.

Durante os dois anos em que ambos exerceram a presidência, Trump recebeu Bolsonaro nos EUA duas vezes -- uma delas na Casa Branca e a outra na residência de verão do presidente americano, em Mar-a-Lago. Eles também se encontraram no G-20 em Osaka, Japão. Todos os encontros foram amigáveis e com declarações públicas de admiração. Quebrando uma tradição diplomática, Bolsonaro declarou sua torcida pela vitória de Trump.

Ao sair para o encontro com Biden, Bolsonaro falou calmamente com a imprensa e respondeu todas as perguntas dos jornalistas. Declarou-se "tranquilo" e "em paz", para o encontro com o democrata. O presidente dos EUA tentou se manter o mais distante possível de Bolsonaro desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2020. O encontro entre os dois foi costurado a contragosto por ambos. Biden se curvou à ideia de convidar Bolsonaro para um encontro bilateral diante do risco de sediar uma Cúpula das Américas esvaziada.

Viagem

Nesta sexta-feira, Bolsonaro fará um curto discurso na plenária da Cúpula das Américas. Depois, terá encontros bilaterais com os presidentes da Colômbia, Iván Duque, e do Equador, Guilherme Lasso. De Los Angeles, o presidente viaja a Orlando, na outra costa dos Estados Unidos, onde fará uma agenda política. Ele irá inaugurar o vice-consulado de Orlando, um pleito antigo dos brasileiros que moram no local. 




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