Porém, a parceria só vingará se o projeto de lei de autoria do Executivo, que entrará em primeira votação na próxima terça-feira, for aprovado. “A ONG é quem bancará os custos da reforma, que provavelmente se dará em forma de mutirão”, disse o assessor técnico da Prefeitura, Antonio Gusman Filho. A administração pública, segundo o advogado, ficará responsável pelo suporte técnico, levantamento dos locais onde estão as habitações coletivas e pela realização dos projetos.
A Soma, além de ser responsável pela reforma, é quem gerenciará o recebimento de doações da iniciativa privada de materiais de construção e de recursos financeiros. “São eles (Soma) que vão captar dinheiro no mercado”, afirmou Gusman Filho. O assessor informou ainda que, após a entrega do imóvel, a ONG receberá 50% do valor do aluguel pago ao proprietário pelos inquilinos. “Desde já, o pessoal busca recursos.”
Sede – Mesmo sem a aprovação do projeto na Câmara, no site da Prefeitura já constam o endereço e o telefone para os interessados em fazer doações para a Soma, que fica na rua Amazonas, 318, 2º andar, no Centro. Nesse mesmo local funciona também a sede da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano). A reportagem do Diário ligou na quinta-feira para o local e as funcionárias que atenderam o telefone desconheciam a ONG.
Segundo Gusman Filho, a ONG é presidida por Mario Antônio Michelletti, que a reportagem não localizou na quinta. No entanto, a entidade sem fins lucrativos leva o nome de Mario Chekin, já falecido, pai de Mario Rogério, hoje um dos assessores do prefeito Luiz Tortorello, e de Mauro Roberto Chekin, supervisor de Esportes de Competição no Detur (Diretoria de Esportes e Turismo).
O diretor de Obras da Prefeitura, Julio Marcucci Sobrinho, afirmou que sua diretoria já está com os projetos e os orçamentos das 27 moradias em situação precária de habitabilidade, a maioria sem proprietários, mas com inquilinos, em mãos. “A reforma será tocada pela ONG”, disse o engenheiro. Em 2001, São Caetano tinha 226 cortiços cadastrados na Prefeitura, nos quais moravam em torno de 3 mil moradores.
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