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Castramóvel de São Caetano está parado há cinco meses

Iniciativa fazia a castração de cães e gatos resgatados, de protetores independentes e de população de baixa renda

Carolina Helena
Especial para o Diário
28/05/2022 | 00:01
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Eric Romero/PMSCS


Os moradores de São Caetano estão desde dezembro sem o serviço de castração gratuita de cães e gatos, fundamental para o controle da população animal, de acordo com avaliação dos especialistas. Criado em 2019 com essa finalidade, o Programa de Bem Estar Animal parou de funcionar abruptamente no fim do ano passado e a Prefeitura alega que está reestruturando o serviço, sem previsão de retorno. A iniciativa fazia a castração de cães e gatos resgatados, de protetores independentes, adquiridos em feiras de adoções e de propriedade de famílias de baixa renda cadastradas nos programas sociais do município. Nas clínicas particulares o serviço custa a partir de R$ 400, dependendo do tamanho do animal e dos equipamentos utilizados.

Os donos e voluntários que atuam em ONGs (Organizações Não Governamentais) de proteção de animais estão sofrendo com a falta de apoio da Prefeitura. Janete Aparecida, voluntária na ONG APASCS (Associação Protetora dos Animais de São Caetano) reclama da falta de comunicação da administração municipal. “Liguei para a Prefeitura, fiquei dias esperando o retorno e nada. Liguei de novo e nada. Queria entender porque não está funcionando. Cinco meses inativo é um abandono. A população precisa do Castramóvel, precisamos de ajuda”, reclamou. 

Janete explica que com o serviço de castração gratuito fica mais fácil de controlar a reprodução dos animais de rua. “São Caetano tem muita colônia de gatos, falta o setor público castrar esses animais para evitar que eles se reproduzam cada vez mais e mais. É uma questão de saúde para os animais e para a população”, acrescentou. 

A atriz Paula Aviles aponta que o Castramóvel está há cinco meses estacionado e sem nenhuma justificativa da Prefeitura. “A gente manda e-mail para os responsáveis e ninguém responde. O Castramóvel está há meses estacionado, ninguém sabe informar o porquê ou quando volta a funcionar. Os munícipes estão no escuro. Várias protetoras que estavam usando o serviço estão na mão. Sendo que aumentou, inclusive, o número de animais abandonados porque tem muita gente passando dificuldade em decorrência da crise causada pela pandemia”, ressaltou.

Professor universitário, morador de São Caetano e coordenador do curso medicina veterinária da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos), Luiz Roberto Biondi reforça a importância do serviço. “Evita o crescimento de cães e gatos de rua, o cão e o gato errante, que a gente fala, um animal sem lar. Esses animais vão passar por privação alimentar, não terão cuidados médicos. Podendo ocorrer de sofrerem doenças infecciosas que a vacinação impediria, como eles não são vacinados por estarem na rua, acabam tendo expectativa de vida muito curta”, comentou. “É perceptível que houve aumento da população de baixa renda por conta da crise econômica e, obviamente, essa população tem o direito de ter acesso a esse serviço também, do seu animal contar com o equipamento para realizar a castração”, acrescentou.

Por meio de nota enviada ao Diário, a Prefeitura de São Caetano se limitou a dizer que o serviço está sendo reestruturado e será retomado em breve.




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