Setecidades Titulo Fila de espera
Mais de 5 mil pacientes aguardam por
cirurgias eletivas na região

Procedimentos médicos foram adiados em razão da pandemia da Covid; Diadema concentra maior fila de espera

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
12/05/2022 | 00:01
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Agência Brasil - Elza Fiúza


A fila de espera para realização de cirurgias eletivas na região chegou a 5.082 pacientes em cinco cidades – com exceção de Rio Grande da Serra, que não possui hospital público, e São Bernardo, que não informou dados. Os procedimentos médicos considerados não urgentes foram adiados por mais de dois anos em razão da pandemia da Covid e, retornaram de maneira gradativa no segundo semestre do ano passado. 

Diadema é a cidade com mais operações represadas, com 2.267. O número é mais do que o dobro dos procedimentos suspensos em 2020, período pré-pandemia. Na época, o município acumulava 903 pessoas que aguardavam por cirurgias programadas ou não urgentes. Para diminuir a espera dos pacientes, o Paço informou que neste mês irá retomar a realização de cirurgias de laqueadura, que representam 49,4% do total da demanda, além de série de ações, como requalificação da demanda cirúrgica, ampliação do número de cirurgiões e anestesistas, e investimento em equipamentos e infraestrutura.

Mesmo com a redução dos atendimentos por Covid nos hospitais, a diminuição na fila de espera das cirurgias eletivas ainda será lenta, conforme prevê o neurocirurgião da Rede D’Or e do Hospital Israelita Albert Einstein, Wanderley Cerqueira de Lima. O médico explica que devido ao alto volume estão sendo priorizados os procedimentos mais urgentes que oferecem maiores riscos aos pacientes. “Mesmo as intervenções programadas também precisam de uma triagem. Há casos mais urgentes que necessitam de atendimento mais rápido que outros e, por isso, eles devem passar na frente”, ressalta o especialista.

É o caso do autônomo Thiago Rafael dos Santos, 33 anos, morador do Parque Novo Oratório, em Santo André. Há pelo menos um ano e meio que ele aguarda por cantoplastia, procedimento cirúrgico de pequeno risco para retirada de unha encravada. O caso de Thiago foi piorando conforme o tempo e, hoje, ele mal consegue realizar tarefas básicas por conta da infecção no dedo no pé – ele já precisou arrancar a unha três vezes durante o período e, mesmo assim, o problema se agravou.

“Meu marido foi atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Bangu e a unidade fez a solicitação da transferência para o CHM (Centro Hospitalar Municipal) para a realização da cirurgia, porém o hospital negou. Temos seis filhos e ele não está conseguindo nem trabalhar mais por conta da inflamação, está impossível esperar”, desabafa a mulher do paciente, Juliana Melo de Lima Santos. 

Com 987 procedimentos represados, Santo André é o segundo município com maior demanda cirúrgica. A Prefeitura disse que “o programa Saúde Fila Zero foi retomado e três forças-tarefas já foram realizadas, após o período crítico da pandemia, atendendo mais de 11 mil procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais.”

Sem informar a quantidade de operações represadas, a Prefeitura de São Bernardo ressaltou que os procedimentos estão sendo retomados gradativamente, de acordo com a demanda e oferta de leitos e, os pacientes que aguardam estão sendo chamados para nova triagem e avaliação, de acordo com os critérios de prioridade. A expectativa do Paço é realizar até 1.000 procedimentos por mês. 

Em Mauá os casos devem ser reavaliados e, segundo a administração, após essa etapa, as cirurgias deverão ser remarcadas. Além dos mutirões realizados nas cidades, a Prefeitura também realizou mutirões para zerar a espera por cirurgias odontológicas e de tratamento de canal. 

ESTADO

A alta demanda pelos procedimentos médicos também ocorre em outras cidades. Nesta semana o governador Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou que atualmente São Paulo está com 600 mil cirurgias represadas e, que para suprir essa procura, em abril o governo estadual abriu chamamento público para contratar 30 mil cirurgias em hospitais privados e Santas Casas que já prestam serviços para o Estado.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, do período de julho do ano passado até abril deste ano foram realizados 8.100 procedimentos, entre cirurgias, exames e consultas nos hospitais estaduais do Grande ABC, por meio do Corujão da Saúde, iniciativa que visa reduzir o tempo de espera dos pacientes nas unidades públicas.




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