A discussão com as distribuidoras de energia elétrica para que o aumento das tarifas seja revisto e diminuído ainda não começou, a proposta só foi colocada, disse a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, nesta terça-feira, em São Paulo. Segundo ela, não há nada que impeça esse debate, desde que sejam respeitados os contratos, mas as negociações apenas serão feitas se forem do interesse dos distribuidores.

A possibilidade de uma conversa com as distribuidoras foi levantada na segunda pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Guido Mantega, que ressaltou que não haveria quebra de contrato.

"Mantega se referiu a uma preocupação com tarifas que têm reajuste mais alto do que a inflação. Um dos fatores é que no passado valor normativo pelo qual se calculava o repasse permitido às tarifas de energia tem três variáveis: o IGP-M, Cesta de combustíveis e a taxa de câmbio. Isso produziu valores de repasse às tarifas muito altos no país", disse após participar de evento na Câmara Americana de Comércio de São Paulo.

Dilma afirmou ainda que o presidente do BNDES está preocupado com as correções previstas nos contratos de concessão que são feitos pelo IGP-M, índice que, segundo ela, é muito sensível às variações cambiais. "Ele levantou essa como uma questão a ser colocada no processo de discussão com as distribuidoras. Acredito que esse ponto está resolvida daqui para frente, no que se refere aos novos contratos de geração que estamos fazendo, porque estamos preferindo fazer por IPC-A".

A ministra disse ter certeza de que é possível chegar a um acordo com as distribuidoras e a aquelas que concordarem com algumas modificações nesse processo terão compensações. "Esse processo proposto pelo Mantega é interessante e nada impede que se discuta, respeitando os contratos. Mas o debate não começou ainda, foi só aventado. Será feito se for do interesse dos distribuidores".