A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provavelmente decidirá nesta terça-feira colocar mais dois milhões de barris diários extras no mercado, além da produção atual de mais de 30 milhões de barris diários, declarou o presidente kuwaitiano do cartel, o xeque Ahmad al-Fahd al-Sabah, nesta segunda-feira em Viena.

"Ninguém está contra esta proposta. Só precisamos saber como vamos colocá-la à disposição", declarou ele na abertura de uma conferência ministerial da Opep na capital austríaca.

A decisão, que reafirma a manutenção das cotas de produção atuais, será oficialmente anunciada na terça-feira pelos ministros do cartel, frisou. "Muitos membros são a favor desta idéia e nós vamos encontrar uma solução neste sentido", afirmou o xeque, que também é ministro da Energia do Kuwait. "Estou 90% seguro disso", antecipou. "Ofereceremos agora ao mercado toda nossa capacidade excedente de produção", destacou.

Os 11 países membros produzem atualmente cerca de 30,3 milhões de barris diários, ou 28,4 milhões de barris diários, sem contar o Iraque que não participa do sistema de cotas.

Todos os membros da Opep deixaram claro, no entanto, que o mercado está bem abastecido. Na opinião deles, estes dois milhões de barris diários extras são pouco cobiçados pelo mercado porque são de uma qualidade mais pesada, difícil de transformar em gasolina e diesel, os produtos mais requisitados neste momento. A Opep não pode oferecer bruto leve, o mais procurado antes do fim de semana.

O ministro saudita do Petróleo, Ali al-Nouaïmi, repetiu na segunda-feira que o reino está "pronto para colocar no mercado 11 milhões de barris diários", contra os 9,5 milhões de barris diários que produz atualmente.