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Priscila Fantin é uma otimista incorrigível
André Bernardo
Da Tv Press
17/07/2005 | 09:02
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Priscila Fantin, 22 anos, é uma otimista incorrigível. Dessas que tira lições de tudo que lhe acontece. Foi isso que aconteceu em Esperança. Apesar do desgaste emocional da novela, fez amizade com Walcyr Carrasco, que substituiu às pressas Benedito Ruy Barbosa. Um ano depois, ele a convidou para interpretar a antagonista de Chocolate com Pimenta. Mas a parceria não parou ali. Quando começou a escrever Alma Gêmea, criou uma índia mestiça só para escalar Priscila, dona de belos olhos verdes e pele alva, como protagonista. "Fui escolhida porque o Walcyr queria alguém que passasse, no olhar, a crença na reencarnação e na existência de almas gêmeas, coisas nas quais acredito", diz. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

PERGUNTA: Apesar dos olhos verdes e da pele alva, você interpreta uma índia na novela. Que cuidados tomou para compor a Serena?
PRISCILA FANTIN: Posso garantir que fui a primeira a levar um susto. Afinal, não tenho o tipo físico que a personagem exige. Mas o Walcyr explicou que a Serena é mestiça, filha de índia com garimpeiro. Para compor a Serena, estudei a cultura dos índios kadiweu com a ajuda do antropólogo Giovani José da Silva.

PERGUNTA: Mas você não teve a curiosidade de visitar uma aldeia indígena?
PRISCILA FANTIN: É claro que tive! Não cheguei a fazer laboratório, mas, quando gravei em Bonito, no Mato Grosso, dei uma fugidinha num dia de folga para conhecer uma aldeia kadiweu da região. Não conhecia a região e achei tudo lindo. Espero voltar em breve. Mas, na verdade, tive mais contato com os índios guaranis aqui do Rio, que nos ajudaram a construir a aldeia cenográfica lá no Camorim.

PERGUNTA: Do que você mais gostou em sua visita à aldeia kadiweu?
PRISCILA FANTIN: Ah, de tudo! A cultura e a arte deles são maravilhosas. Foi uma experiência que guardarei para o resto da vida. Principalmente, porque tenho um lado Serena muito forte dentro de mim. Gosto desse contato com a natureza. Lá, estão todas as respostas que procuramos. Por isso, costumo recarregar minhas baterias abraçando uma árvore, regando minhas plantas ou brincando com meus cachorros.

PERGUNTA: Alma Gêmea fala sobre reencarnação. Você tem religião?
PRISCILA FANTIN: Sou batizada, fiz primeira comunhão, segui a tradição católica. Mas, depois que comecei a questionar coisas do tipo 'O que é que estou fazendo aqui? ou 'Que mundo é esse em que a gente vive?, passei a entender melhor o mundo através do espiritismo. Hoje em dia, muita coisa fez sentido para mim. Alma gêmea, por exemplo, é como as pessoas chamam o encontro de dois seres que se completam, se entendem e se amam. Acho que isso, inclusive, pode acontecer com a mãe, uma irmã ou até mesmo uma amiga e não necessariamente apenas entre homem e mulher.

PERGUNTA: Você costuma dizer que Esperança foi outro momento difícil em sua carreira. Por quê?
PRISCILA FANTIN: Porque talvez eu não estivesse preparada para tanta pressão. Foi um trabalho muito intenso, sofrido. Trabalhava de domingo a domingo, não tinha tempo para mais nada. Só saía do Projac para dormir. Durante um ano, vivi a vida de uma pessoa que não era eu. A Maria já era mãe, tinha um pai fascista, casou obrigada, sofreu um aborto, perdeu seu grande amor. Levei um ano para me recuperar dela. Na ocasião, inclusive, me sentia muito mal. Muito impotente em relação ao mundo. O problema é que me entreguei demais à personagem. Entreguei tudo o que tinha e mais um pouco.

PERGUNTA: Depois de Esperança você fez tratamento ortomolecular e perdeu quase dez quilos. Teve a ver com a novela?
PRISCILA FANTIN: De certa forma, sim. Fez parte do processo de recuperação da Maria. Precisava voltar a ter disposição. Me sentia estranha. Digamos que o emagrecimento tenha sido uma conseqüência boa de Esperança. A medicina ortomolecular me equilibrou. Hoje, peso 56 quilos.

PERGUNTA: Na época de Malhação a Globo chegou a pedir para você perder peso?
PRISCILA FANTIN: Na época, fazia sentido. TV engorda muito. Mas nunca mais exigiram que eu fizesse regime. Sempre me aceitei do jeito que sou. Era feliz daquele jeito. Beleza, para mim, não é um conceito exterior. Vejo uma pessoa feia quando, por mais perfeita que ela seja fisicamente, é arrogante, prepotente, rancorosa. Por outro lado, me incomodava não poder fazer coisas de que eu gosto. Graças à medicina ortomolecular, posso fazer tudo que quiser.




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